sábado, 16 de janeiro de 2010

17 de Janeiro de 2010 - 2º Domingo do Tempo Comum (Semana II do Saltério)


         A liturgia de hoje apresenta a imagem do casamento como imagem que exprime de forma privilegiada a relação de amor que Deus (o marido) estabeleceu com o seu Povo (a esposa). A questão fundamental é, portanto, a revelação do amor de Deus.
A primeira leitura define o amor de Deus como um amor inquebrável e eterno, que continuamente renova a relação e transforma a esposa, sejam quais forem as suas falhas passadas. Nesse amor nunca desmentido, reside a alegria de Deus.
O Evangelho apresenta, no contexto de um casamento (cenário da "aliança"), um "sinal" que aponta para o essencial do "programa" de Jesus: apresentar aos homens o Pai que os ama, e que com o seu amor os convoca para a alegria e a felicidade plenas.
A segunda leitura fala dos "carismas" - dons, através dos quais continua a manifestar-se o amor de Deus. Como sinais do amor de Deus, eles destinam-se ao bem de todos; não podem servir para uso exclusivo de alguns, mas têm de ser postos ao serviço de todos com simplicidade. É essencial que na comunidade cristã se manifeste, apesar da diversidade de membros e de carismas, o amor que une o Pai, o Filho e o Espírito Santo.(www.ecclesia.pt)

Isaías 62, 1-5
Por amor de Sião, não me calarei, por amor de Jerusalém, não descansarei, até que apareça a aurora da sua justiça, e a sua salvação brilhe como uma chama. 
As nações verão a tua justiça, e todos os reis, a tua glória. Dar-te-ão um nome novo, designado pela boca do SENHOR. Serás como uma coroa brilhante nas mãos do SENHOR, e um diadema real nas mãos do teu Deus. 
Não serás mais chamada  «a Desamparada», nem a tua terra será chamada  «a Deserta»; antes, serás chamada: «Minha Dileta»e a tua terra a «Desposada», porque o SENHOR elegeu-te como preferida, e a tua terra receberá um esposo. 
Assim como um jovem se casa com uma jovem, também te desposa aquele que te reconstrói. Assim como a esposa é a alegria do seu marido, assim tu serás a alegria do teu Deus. 

Salmos 96 (95), 1-3.7-8.9-10
Cantai ao SENHOR um cântico novo, cantai ao SENHOR, terra inteira!
Cantai ao SENHOR, bendizei o seu nome, proclamai, dia após dia, a sua salvação.
Anunciai aos pagãos a sua glória e a todos os povos, as suas maravilhas.
Dai ao SENHOR, famílias das nações, dai ao SENHOR glória e poder.
Dai ao SENHOR a glória do seu nome, entrai nos seus átrios e fazei-lhe ofertas.
Adorai o SENHOR com vestes sagradas. Trema diante dele a terra inteira!
Proclamai entre os povos: "O Senhor é rei!" Por isso, a terra está firme, não vacila;
Deus governa os povos com eqüidade.

I Coríntios 12, 4-11
Há diversidade de dons, mas o Espírito é o mesmo; há diversidade de serviços, mas o Senhor é o mesmo; há diversos modos de agir, mas é o mesmo Deus que realiza tudo em todos. A cada um é dada a manifestação do Espírito, para proveito comum. 
A um é dada, pela ação do Espírito, uma palavra de sabedoria; a outro, uma palavra de ciência, segundo o mesmo Espírito; a outro, a fé, no mesmo Espírito; a outro, o dom das curas, no único Espírito; a outro, o poder de fazer milagres; a outro, a profecia; a outro, o discernimento dos espíritos; a outro, a variedade de línguas; a outro, por fim, a interpretação das línguas. 
Tudo isto, porém, o realiza o único e o mesmo Espírito, distribuindo a cada um conforme Lhe apraz. 

Evangelho segundo São João 2,1-11
Ao terceiro dia, celebrava-se uma boda em Caná da Galiléia e a mãe de Jesus estava lá. Jesus e os seus discípulos também foram convidados para a boda. 
Como viesse a faltar o vinho, a mãe de Jesus disse-lhe: «Não têm vinho!» Jesus respondeu-lhe: «Mulher, que tem isso a ver contigo e comigo? Ainda não chegou a minha hora.» Sua mãe disse aos serventes: «Fazei o que Ele vos disser!» Ora, havia ali seis vasilhas de pedra preparadas para os ritos de purificação dos judeus, com capacidade de duas ou três medidas cada uma. Disse-lhes Jesus: «Enchei as vasilhas de água.» Eles encheram-nas até cima. Então ordenou- lhes: «Tirai agora e levai ao chefe de mesa.» E eles assim fizeram.
O chefe de mesa provou a água transformada em vinho, sem saber de onde era se bem que o soubessem os serventes que tinham tirado a água; chamou o noivo e disse-lhe: «Toda a gente serve primeiro o vinho melhor e, depois de terem bebido bem, é que serve o pior. Tu, porém, guardaste o melhor vinho até agora!» 
Assim, em Caná da Galiléia, Jesus realizou o primeiro dos seus sinais miraculosos, com o qual manifestou a sua glória, e os discípulos creram nele. 


Comentário ao Evangelho do dia feito por 
São Romano, o Melodista (? - c. 560), compositor de hinos 
Hino n°18, As Bodas de Caná (a partir da trad. de SC 110, pp. 307ss. rev.)

«Tu, porém, guardaste o melhor vinho até agora!»
Enquanto Cristo participava na boda e a multidão dos convivas festejava, faltou-lhes o vinho e a alegria transformou-se em decepção. [...] Vendo isso, a puríssima Maria vem imediatamente dizer ao Filho: «Já não têm mais vinho. Por isso, peço-Te, Meu Filho, mostra que podes tudo, Tu que tudo criaste com sabedoria».
Por favor, Virgem venerável, na seqüência de que milagres soubeste Tu que o Teu Filho, sem ter vindimado a uva, podia conceder o vinho, se Ele não tinha anteriormente feito milagres? Ensina-nos [...] como disseste a Teu Filho: «Dá- lhes vinho, Tu que tudo criaste com sabedoria».
«Eu mesma vi Isabel chamar-me Mãe de Deus antes do parto: depois do parto, Simeão cantou-me e Ana celebrou-me; os magos acorreram ao presépio vindos da Pérsia porque uma estrela anunciava antecipadamente o nascimento; os pastores, com os anjos, faziam-se arautos da alegria e a criação rejubilava com eles. Poderia eu ir procurar maiores milagres do que estes para crer, com base na fé deles, que o meu Filho é Aquele que tudo criou com sabedoria?» [...]
Quando Cristo, pelo Seu poder, mudou manifestamente a água em vinho, toda a multidão rejubilou, achando admirável o seu sabor. Hoje, é no banquete da Igreja que todos nós tomamos lugar, porque o vinho é transformado em sangue de Cristo e nós bebemo-lo todos com uma alegria santa, glorificando o grande Esposo. Porque o Esposo verdadeiro e filho de Maria, o Verbo que é deste toda a eternidade, tomou a forma dum escravo e tudo criou com sabedoria.
Altíssimo, Santo, Salvador de todos, visto que a tudo presides, guarda sem alteração o vinho que está em nós. Expulsa de nós toda a perversidade, todos os maus pensamentos que tornam aguado o Teu vinho santíssimo. [...] Pelas orações da Santa Virgem Mãe de Deus, liberta-nos da angústia dos pecados que nos oprimem, Deus misericordioso, Tu que tudo criaste com sabedoria.

Fontes:
http://www.evangelhoquotidiano.org/main.php?language=PT&module=saintfeast&localdate=20100117&id=84&fd=1
http://www.evangelhoquotidiano.org/main.php?language=PT&module=readings&localdate=20100117
http://www.evangelhoquotidiano.org/main.php?language=PT&module=commentary&localdate=20100117

http://pagesperso-orange.fr/emile.hennart/i/jarres.jpg

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