quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

21 de Janeiro de 2010 - Quinta-feira da 2ª Semana do Tempo Comum


I Samuel 18, 6-9.19,1-7 
Ao regressar o exército, depois de Davi ter morto o filisteu, de todas as cidades de Israel as mulheres saíram ao encontro de Saul, cantando e dançando alegremente, ao som de tambores e címbalos. E, à medida que dançavam, cantavam em coro: «Saul matou mil, mas Davi matou dez mil.»
Saul irritou-se em extremo e ficou sumamente desgostoso por isso. E disse: «Dão dez mil a Davi e a mim apenas mil! Só lhe falta a coroa!» A partir daquele dia, não voltou a olhar para Davi com bons olhos. 
Saul falou ao seu filho, Jônatas, e a todos os seus servos da sua intenção de matar Davi. Mas Jônatas, filho de Saul, amava cordialmente Davi e preveniu-o, dizendo: «Saul, meu pai, quer matar-te. Procura fugir amanhã de manhã; foge para um lugar oculto e esconde-te. Sairei em companhia de meu pai, até ao lugar onde tu te encontrares; falarei com ele a teu respeito, para ver o que ele pensa, e depois avisar-te-ei.» 
Jônatas falou bem de Davi a seu pai, e acrescentou: «Não faças mal algum ao teu servo Davi, pois ele nunca te fez mal; pelo contrário, prestou-te grandes serviços. Arriscou a vida, matando o filisteu, e o Senhor deu, assim, uma grande vitória a Israel. Foste testemunha e alegraste-te. Por que queres pecar contra o sangue inocente, matando Davi sem motivo?» Saul ouviu as palavras de Jonatas e fez este juramento: «Pela vida do Senhor, Davi não morrerá!» 
Então, Jonatas chamou Davi, contou-lhe tudo isto e apresentou-o novamente a Saul. Davi voltou a estar ao seu serviço, como antes. 

Salmos 56(55), 2-3.9-13
Tende piedade de mim, ó Deus, porque aos pés me pisam os homens; 
sem cessar eles me oprimem combatendo.
Meus inimigos continuamente me espezinham, são numerosos os que me fazem guerra.
Vós conheceis os caminhos do meu exílio, vós recolhestes minhas lágrimas em vosso odre; 
não está tudo escrito em vosso livro?
Sempre que vos invocar, meus inimigos recuarão: bem sei que Deus está por mim.
É em Deus, cuja promessa eu proclamo,
é em Deus que eu ponho minha esperança; nada temo: que mal me pode fazer um ser de carne?
Os votos que fiz, ó Deus, devo cumpri-los; oferecer-vos-ei um sacrifício de louvor [...]

Evangelho segundo São Marcos 3, 7-12 
Jesus retirou-Se para o mar com os discípulos. Seguiu-O uma imensa multidão vinda da Galiléia. E da Judéia, de Jerusalém, da Iduméia, de além-Jordão e das cercanias de Tiro e de Sídon, uma grande multidão veio ter com Ele, ao ouvir dizer o que Ele fazia. 
E disse aos discípulos que Lhe aprontassem um barco, a fim de não ser molestado pela multidão, pois tinha curado muita gente e, por isso, os que sofriam de enfermidades caíam sobre Ele para O tocarem. 
Os espíritos malignos, ao vê-Lo, prostravam-se diante Dele e gritavam: «Tu és o Filho de Deus!» Ele, porém, proibia-lhes severamente que o dessem a conhecer. 

 Comentário ao Evangelho do dia feito por 
Santo Irineu de Lyon (c. 130 - c. 208), bispo, teólogo e mártir 
Demonstração da pregação apostólica, 92-95 (a partir da trad. Bouchut. Lectionnaire,
p. 297 rev. ; cf SC 62, p. 159)

Uma grande multidão veio ter com Ele, ao ouvir dizer o que Ele fazia.
O próprio Verbo, a Palavra de Deus, diz pela boca do Profeta Isaías que Ele tinha de Se manifestar no meio de nós - com efeito, o Filho de Deus fez-Se filho de homem - e de Se deixar conhecer por nós, que anteriormente O não conhecíamos: «Eu estava à disposição dos que me consultavam, saía ao encontro dos que não me buscavam. Dizia: "Eis-me aqui, eis-me aqui" a um povo que não invocava o meu nome» (Is 65, 1). [...] É também este o sentido daquelas palavras de João Baptista: «Deus pode suscitar, destas pedras, filhos de Abraão» (Mt 3, 9). Com efeito, depois de terem sido arrancados pela fé ao culto das pedras, os nossos corações vêem Deus e tornam-se filhos de Abraão, que foi justificado pela fé. [...]
O Verbo de Deus encarnou e habitou entre nós, como afirma São João (Jo 1, 14), Seu discípulo. Graças a Ele, o coração dos pagãos foi mudado por esta nova vocação, e a Igreja dá muitos frutos naqueles que se salvam; e já não é um intercessor como Moisés, nem um mensageiro como Elias, mas o próprio Senhor que nos salva, dando à Igreja mais filhos do que os anciãos davam à sinagoga, como havia previsto Isaías ao dizer: «Regozija-te, estéril, que não tinhas filhos» (Is 54, 1; Gal 4, 27). [...] Deus encontra a Sua felicidade na concessão da Sua herança às nações insensatas, àquelas que não pertencem à cidade de Deus. Agora, pois, que graças a este apelo a vida nos foi dada, e que em nós Deus levou à plenitude a fé de Abraão, não podemos voltar para trás, ou seja, não podemos regressar à primeira legislação, porque recebemos o Senhor da Lei, o Filho de Deus, e pela fé Nele aprendemos a amar a Deus de todo o coração e ao próximo como a nós mesmos.

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