sexta-feira, 30 de abril de 2010

1º de Maio de 2010 - Sábado da 4ª Semana da Páscoa

Atos dos Apóstolos 13, 44-52
No sábado seguinte, quase toda a cidade se reuniu para ouvir a palavra do Senhor. A presença da multidão encheu os judeus de inveja, e responderam com blasfêmias ao que Paulo dizia. Então, desassombradamente, Paulo e Barnabé afirmaram: «Era primeiramente a vós que a palavra de Deus devia ser anunciada. Visto que a repelis e vós próprios vos julgais indignos da vida eterna, voltamo-nos para os pagãos, pois assim nos ordenou o Senhor: Estabeleci-te como luz dos povos, para levares a salvação até aos confins da Terra.»
Ao ouvirem isto, os pagãos encheram-se de alegria e glorificavam a palavra do Senhor; e todos os que estavam destinados à vida eterna abraçaram a fé. Assim, a palavra do Senhor divulgava-se por toda aquela região. Mas os judeus incitaram as senhoras devotas mais distintas e os de maior categoria da cidade, desencadeando uma perseguição contra Paulo e Barnabé, e expulsaram-nos do seu território.
Estes, sacudindo contra eles o pó dos pés, foram para Icônio. Quanto aos discípulos, estavam cheios de alegria e do Espírito Santo.

Salmos 98, 1.2.3-4
Cantai ao SENHOR um cântico novo,
porque Ele fez maravilhas!
A sua mão direita e o seu santo braço
lhe deram a vitória.
O SENHOR anunciou a sua vitória,
revelou aos povos a sua justiça.
Lembrou-se do seu amor e da sua fidelidade
em favor da casa de Israel.
Todos os confins da terra
presenciaram o triunfo libertador do nosso Deus.
Aclamai o SENHOR, terra inteira,
exultai de alegria e cantai.

Evangelho segundo São João 14, 7-14
«Se me conhecêsseis, também certamente conheceríeis meu Pai; desde agora já o conheceis, pois o tendes visto. E já o conheceis, pois estais a vê-lo.» Disse-lhe Filipe: «Senhor, mostra-nos o Pai, e isso nos basta!»
Jesus disse-lhe: «Há tanto tempo que estou convosco, e não me conheceste, Filipe? Quem me vê, vê o Pai. Como é que me dizes, então, 'mostra-nos o Pai'? Não crês que Eu estou no Pai e o Pai está em mim? As coisas que Eu vos digo não as manifesto por mim mesmo: é o Pai, que, estando em mim, realiza as suas obras.
Crede-me: Eu estou no Pai e o Pai está em mim; crede, ao menos, por causa dessas mesmas obras. Em verdade, em verdade vos digo: quem crê em mim também fará as obras que Eu realizo; e fará obras maiores do que estas, porque Eu vou para o Pai, e o que pedirdes em meu nome Eu o farei, de modo que, no Filho, se manifeste a glória do Pai. Se me pedirdes alguma coisa em meu nome, Eu o farei.»

 Comentário ao Evangelho do dia feito por 
Santo Ireneu de Lyon (c. 130-c. 208),
bispo, teólogo e mártir Contra as heresias, IV, 5
«Quem Me vê, vê o Pai.»
O esplendor de Deus dá vida: portanto, quem vê a Deus tomará parte na vida. Eis por que razão Aquele que é intangível, incompreensível e invisível Se oferece para ser visto, compreendido e tocado pelos homens; para poder dar a vida aos que Lhe tocam e O vêem. Porque, se a Sua grandeza é insondável, a Sua bondade também é inexprimível e é graças a ela que Ele se deixa ver e dá vida aos que O vêem.
É impossível viver sem a Vida; não há vida sem a participação em Deus; e essa participação em Deus consiste em ver a Deus e em gozar da Sua bondade. Assim, portanto, os homens verão a Deus para que vivam [...], segundo o que Moisés disse no Deuteronômio: «Hoje mesmo damo-nos conta de que Deus pode falar ao homem e este continuar vivo!» (Dt 5, 24). Deus é invisível e inexprimível [...], mas todos os seres aprendem pelo seu Verbo que há um só Deus Pai, que contém todas as coisas e dá existência a todas as coisas, como diz o Senhor: «A Deus jamais alguém O viu. O Filho Unigênito, que é Deus e está no seio do Pai, foi Ele quem O deu a conhecer» (Jo 1, 18).

Fontes:
http://www.evangelhoquotidiano.org/main.php?language=PT&module=commentary&localdate=20100501

30 de Abril de 2010 - Sexta-feira da 4ª Semana da Páscoa

Atos dos Apóstolos 13, 26-33
“Irmãos, filhos da estirpe de Abraão, e os que de entre vós são tementes a Deus, a nós é que foi dirigida a palavra de salvação. Sem dúvida, os habitantes de Jerusalém e os seus chefes não quiseram reconhecer Jesus, mas, condenando-o, cumpriram, sem disso se aperceberem, as profecias que são lidas todos os sábados. 
Embora não tivessem encontrado nele motivo algum de morte, exigiram a Pilatos que o mandasse matar. Quando cumpriram tudo o que acerca dele estava escrito, desceram-no do madeiro e sepultaram-no. Mas Deus ressuscitou-o dos mortos e, durante muitos dias, apareceu aos que tinham subido com Ele da Galiléia a Jerusalém, os quais são agora suas testemunhas diante do povo. 
E nós estamos aqui para vos anunciar a Boa-Nova de que a promessa feita a nossos pais, Deus a cumpriu em nosso benefício, para nós, seus filhos, ressuscitando Jesus, como está escrito no Salmo segundo: ‘Tu és meu filho, Eu hoje te gerei!’” 

Salmos 2, 6-7.8-9.10-11
"Fui Eu que consagrei o meu rei
sobre o meu monte santo de Sião!"
Vou anunciar o decreto do SENHOR.
Ele me disse: "Tu és meu filho, Eu hoje te gerei.
Pede-me e Eu te darei povos como herança
 e os confins da terra por domínio.
Hás de governá-los com cetro de ferro
 e destruí-los como um vaso de barro."
E agora, prestai atenção, ó reis!
Deixai-vos instruir, juízes da terra!
Servi o SENHOR com temor,
prestai-lhe homenagem com tremor,

Evangelho segundo São João 14, 1-6
«Não se perturbe o vosso coração. Credes em Deus; crede também em mim. Na casa de meu Pai há muitas moradas. Se assim não fosse, como teria dito Eu que vos vou preparar um lugar? E quando Eu tiver ido e vos tiver preparado lugar, virei novamente e hei de levar-vos para junto de mim, a fim de que, onde Eu estou, vós estejais também. E, para onde Eu vou, vós sabeis o caminho.» 
Disse-lhe Tomé: «Senhor, não sabemos para onde vais, como podemos nós saber o caminho?» Jesus respondeu-lhe: «Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida. Ninguém pode ir até ao Pai senão por mim.»  

Comentário ao Evangelho do dia feito por 
Santa Teresa do Menino Jesus (1873-1897), 
Carmelita, Doutora da Igreja 
Manuscrito autobiográfico A, 2vº-3vº
«Na casa de Meu Pai há muitas moradas»
Durante muito tempo, perguntei a mim própria porque é que o Bom Deus tinha preferências, porque é que as almas não recebiam todas o mesmo grau de graças. [...] Jesus dignou-Se instruir-me neste mistério: pôs em frente dos meus olhos o livro da natureza e eu percebi que todas as flores que Ele criou são belas, que o esplendor da rosa e a brancura do lírio não apagam o perfume da pequena violeta ou a simplicidade encantadora da margarida. Percebi que, se todas as florinhas quisessem ser rosas, a natureza perdia o seu ornamento primaveril, os campos já não estariam esmaltados de flores.
Assim é também no mundo das almas, que é o jardim de Jesus. Ele quis criar grandes santos, que podem ser comparados aos lírios e às rosas, mas criou também santos menores, que se devem contentar em ser margaridas ou violetas, destinadas a alegrar os olhos do Bom Deus quando Ele Se debruça sobre elas; a perfeição consiste em fazer a Sua vontade, em ser o que Ele quer que sejamos.
Compreendi ainda que o amor de Nosso Senhor se revela tanto na alma mais simples que não opõe nenhuma resistência à Sua graça, como na alma mais sublime. Com efeito, é próprio do amor abaixar-se; se todas as almas se assemelhassem às dos Santos Doutores que iluminaram a Igreja com a clareza da sua doutrina, parece-me que o Bom Deus não Se abaixaria suficientemente vindo apenas aos seus corações; mas Ele criou a criança que não sabe nada e apenas emite fracos bramidos, criou o pobre selvagem que só tem para se conduzir a lei da natureza, e é exatamente ao seu coração que Se digna descer, estas são as Suas flores dos campos, cuja simplicidade O deleita. Abaixando-Se assim, o Bom Deus mostra a Sua grandeza infinita. Tal como o sol ilumina ao mesmo tempo os cedros e cada florinha como se ela fosse a única na terra, assim também Nosso Senhor Se ocupa particularmente de cada alma, como se não houvesse outra semelhante a ela.  

Fontes:

quinta-feira, 29 de abril de 2010

29 de Abril de 2010 - 5ª-feira da 4ª Semana da Páscoa - Santa Catarina de Sena, Mística, Doutora da Igreja (festa) - Co-padroeira da Europa

Atos dos Apóstolos 13, 13-25
De Pafos, onde embarcaram Paulo e os companheiros, dirigiram-se a Perga da Panfília. João, porém, separando-se deles, voltou para Jerusalém. Quanto àqueles, deixaram Perga e, caminhando sempre, chegaram a Antioquia da Pisídia. A um sábado, entraram na sinagoga e sentaram-se. Depois da leitura da Lei e dos Profetas, os chefes da sinagoga mandaram-lhes dizer: «Irmãos, se tiverdes alguma exortação a dirigir ao povo, falai.» 
Então, Paulo, levantando-se, fez sinal com a mão e disse: «Homens de Israel e vós os tementes a Deus, escutai: O Deus deste povo, o Deus de Israel, escolheu os nossos pais e engrandeceu este povo durante a sua permanência no Egito. Depois, com a força do seu braço, retirou-o de lá e, durante uns quarenta anos, sustentou-o no deserto. 
A seguir, exterminando sete nações na terra de Canaã, conferiu-lhes a posse do seu território, por cerca de quatrocentos e cinqüenta anos. Depois disso, deu-lhes juízes até ao profeta Samuel. Em seguida, pediram um rei, e Deus concedeu-lhes, durante quarenta anos, Saul, filho de Quis, da tribo de Benjamim. Pondo este de parte, Deus elevou David como rei, e a seu respeito deu este testemunho: ‘Encontrei Davi, filho de Jessé, homem segundo o meu coração, que fará todas as minhas vontades.’ 
Da sua descendência, segundo a sua promessa, Deus proporcionou a Israel um Salvador, que é Jesus. João preparou a sua vinda, anunciando um batismo de penitência a todo o povo de Israel. Quase a terminar a sua carreira, João dizia: ‘Eu não sou quem julgais; mas vem, depois de mim, alguém cujas sandálias não sou digno de desatar.’» 

Salmos 89 (88), 2-3.21-22.25.27
Hei de cantar para sempre o amor do SENHOR;
a todas as gerações anunciarei a sua fidelidade.
Proclamarei que o teu amor é para sempre,
e que a tua fidelidade é eterna como o céu.
Encontrei Davi, meu servo,
e ungi o com óleo santo.
A minha mão estará sempre com ele
e o meu braço há de torná-lo forte.
A minha fidelidade e o meu amor estarão com ele;
pelo meu nome crescerá o seu poder.
Ele me invocará, dizendo:
“Tu és meu pai, és o meu Deus
e o rochedo da minha salvação!”

Evangelho segundo São João 13, 16-20
“Em verdade, em verdade vos digo, não é o servo mais do que o seu Senhor, nem o enviado mais do que aquele que o envia. Uma vez que sabeis isto, sereis felizes se o puserdes em prática. Não me refiro a todos vós. Eu bem sei quem escolhi, e há de cumprir-se a Escritura: Aquele que come do meu pão levantou contra mim o calcanhar. 
Desde já vo-lo digo, antes que isso aconteça, para que, quando acontecer, acrediteis que Eu sou. Em verdade, em verdade vos digo: quem receber aquele que Eu enviar é a mim que recebe, e quem me recebe a mim, recebe aquele que me enviou.” 

 Comentário ao Evangelho do dia feito por
Santa Catarina de Siena (1347-1380),
Dominicana da Ordem Terceira,
Doutora da Igreja, co-padroeira da Europa 
Diálogos, 167 (a partir da trad. do Breviário)
«Bendigo-te, ó Pai, Senhor do Céu e da Terra,
porque escondeste estas coisas aos sábios e aos entendidos e as revelaste aos pequeninos»
Tu, Trindade eterna, és como um oceano profundo: quanto mais em Ti procuro, mais encontro; quanto mais encontro, mais procuro. Tu saciais-nos sem fim a alma pois, nas Tuas profundezas, sacias de tal modo a alma que ela torna-se indigente e faminta, porque continua a aspirar e a desejar ver-Te na Tua luz (Sl 35,10), ó luz, Trindade eterna [...].
Experimentei e vi com a luz da minha inteligência e na Tua luz, Trindade eterna, ao mesmo tempo, a imensidão das Tuas profundezas e a beleza da Tua criatura. Então vi que, ao revestir-me de Ti, tornar-me-ia na Tua imagem (Gn 1, 27), porque Tu me dás, ó Pai eterno, algo do Teu poder e da Tua sabedoria. Essa sabedoria é o atributo do Teu Filho unigênito. Quanto ao Espírito Santo, que procede de Ti, Pai, e do Teu Filho, concedeu-me a vontade que me faz capaz de amar. Porque Tu, eterna Trindade, Tu és o Criador, e eu a criatura; soube assim, iluminada por Ti, na nova criação que fizeste de mim pelo sangue do Teu Filho unigênito, que foste tomada de amor pela beleza da Tua criatura.

Fontes:

segunda-feira, 26 de abril de 2010

28 de Abril de 2010 - Quarta-feira da 4ª Semana da Páscoa

Atos dos Apóstolos 12, 24-25; 13, 1-5
Entretanto, a palavra de Deus crescia e multiplicava-se. Barnabé e Saulo, depois de terem cumprido a sua missão, regressaram de Jerusalém, levando consigo João, de sobrenome Marcos. 
Havia na igreja, estabelecida em Antioquia, profetas e doutores: Barnabé, Simeão, chamado ‘Níger’, Lúcio de Cirene, Manaen, companheiro de infância do tetrarca Herodes, e Saulo. Estando eles a celebrar o culto em honra do Senhor e a jejuar, disse-lhes o Espírito Santo: «Separai Barnabé e Saulo para o trabalho a que Eu os chamei.» Então, depois de terem jejuado e orado, impuseram-lhes as mãos e deixaram-nos partir. 
Enviados, pois, pelo Espírito Santo, Barnabé e Saulo desceram a Selêucia e ali meteram-se num barco, rumo à ilha de Chipre. Chegados que foram a Salamina, começaram a anunciar a palavra de Deus nas sinagogas dos judeus. Tinham também João como auxiliar. 

Salmos 67 (66), 2-3.5.6.8
Deus se compadeça de nós e nos abençoe,
faça brilhar sobre nós a luz do seu rosto.
Sejam conhecidos na terra os teus caminhos
e entre as nações, a tua salvação!
Alegrem se e exultem as nações,
porque julgas os povos com justiça
e governas as nações sobre a terra.
Que os povos te louvem, ó Deus!
Todos os povos te louvem!
Que Deus nos abençoe;
e o seu temor chegue aos confins da terra!

Evangelho segundo São João 12, 44-50
Jesus levantou a voz e disse: «Quem crê em mim não é em mim que crê, mas sim naquele que me enviou; e quem me vê a mim vê aquele que me enviou. Eu vim ao mundo como luz, para que todo o que crê em mim não fique nas trevas. 
Se alguém ouve as minhas palavras e não as cumpre, não sou Eu que o julgo, pois não vim para condenar o mundo, mas sim para o salvar. Quem me rejeita e não aceita as minhas palavras tem quem o julgue: a palavra que Eu anunciei, essa é que o há de julgar no último dia; porque Eu não falei por mim mesmo, mas o Pai, que me enviou, é que me encarregou do que devo dizer e anunciar. 
E Eu bem sei que este seu mandato traz consigo a vida eterna; por isso, as coisas que Eu anuncio, as anuncio tal como o Pai as disse a mim.» 

 Comentário ao Evangelho do dia feito por 
Santo Anselmo (1033-1109), 
monge, bispo, Doutor da Igreja 
Meditações (a partir da trad. Maredsous 1923,
 p. 142 rev. Tournay)
«Eu vim ao mundo para que todo o que crê em Mim não fique nas trevas.»
Ó bom Mestre, Jesus Cristo, estava eu sem amparo, não pedia nada, nem sequer pensava nisso, e a Tua luz iluminou a minha noite. [...] Afastaste de mim a carga que me esmagava, afastaste os que me assaltavam, chamaste-me com um novo nome (Ap 2, 17), emprestando-me o Teu, o nome de cristão. Sentia-me oprimido e Tu reergueste-me. Tu disseste-me: «Tem confiança, Eu resgatei-te, dei a Minha vida por ti. Se quiseres unir-te a Mim, escaparás ao mal e ao abismo para onde corres, e conduzir-te-ei ao Meu Reino.» 
Sim, Senhor, fizeste tudo por mim! Estava nas trevas e não sabia nada [...], descia para o abismo da injustiça, tinha caído na miséria dos tempos para descer ainda mais baixo. Quando me encontrava desamparado, iluminaste-me. Sem eu To ter pedido, iluminaste-me. Na Tua luz, vi quem eram os outros e aquilo que eu sou [...]; deste-me confiança e a salvação, Tu que deste a Tua vida por mim [...]. Reconheço-o, ó Cristo, entrego-me inteiramente ao Teu amor.

Fontes:

27 de Abril de 2010 - Terça-feira da 4ª Semana da Páscoa

Atos dos Apóstolos 11, 19-26
Entretanto, os que se tinham dispersado, devido à perseguição desencadeada por causa de Estêvão, adiantaram-se até a Fenícia, Chipre e Antioquia, mas não anunciavam a palavra senão aos judeus. 
Houve, porém, alguns deles, homens de Chipre e Cirene que, chegando a Antioquia, falaram também aos gregos, anunciando-lhes a Boa Nova do Senhor Jesus. A mão do Senhor estava com eles e grande foi o número dos que abraçaram a fé e se converteram ao Senhor. A notícia chegou aos ouvidos da Igreja de Jerusalém, e mandaram Barnabé a Antioquia. 
Assim que ele chegou e viu a graça concedida por Deus, regozijou-se com isso e exortou-os a todos a que se conservassem unidos ao Senhor, de coração firme; ele era um homem bom, cheio do Espírito Santo e de fé. Assim, uma grande multidão aderiu ao Senhor. Então, Barnabé foi a Tarso procurar Saulo. 
Encontrou-o e levou-o para Antioquia. Durante um ano inteiro, mantiveram-se juntos nesta igreja e ensinaram muita gente. Foi em Antioquia que, pela primeira vez, os discípulos começaram a ser tratados pelo nome de «cristãos». 

Salmos 87 (86), 1-3.4-5.6-7
Fundada por Ele sobre o monte santo,
o SENHOR ama a cidade de Sião
 mais que todas as moradas de Jacó.
Gloriosas coisas se dizem de ti,
ó cidade de Deus.
Incluirei Raab e Babilônia na lista dos que me conhecem;
a Filistéia, Tiro e a Etiópia, uns e outros ali nasceram.
Mas de Sião há de dizer:
"Todos lá nasceram; o próprio Altíssimo a fortaleceu."
O SENHOR escreverá no registro dos povos,
anotando: "Este nasceu em Sião."
E eles dirão, cantando e dançando:
"A minha única fonte está em ti."

Evangelho segundo São João 10, 22-30
Em Jerusalém celebrava-se, então, a festa da Dedicação do templo. Era Inverno. Jesus passeava pelo templo, debaixo do pórtico de Salomão. 
Rodearam-no, então, os judeus e começaram a perguntar-lhe: «Até quando nos deixarás na incerteza? Se és o Messias, diga-o claramente.» 
Jesus respondeu-lhes: «Já vo-lo disse, mas não credes. As obras que Eu faço em nome de meu Pai, essas dão testemunho a meu favor; mas vós não credes, porque não sois das minhas ovelhas. 
As minhas ovelhas escutam a minha voz: Eu as conheço e elas Me seguem. Dou-lhes a vida eterna, e nem elas hão de perecer jamais, nem ninguém as arrancará da minha mão. O que o meu Pai me deu vale mais que tudo e ninguém o pode arrancar da mão do Pai. Eu e o Pai somos Um.» 



Comentário ao Evangelho do dia feito por 
Bem-Aventurada Teresa de Calcutá (1910-1997),
fundadora das Irmãs Missionários da Caridade 
Não há amor maior (a partir da trad.
Pas de plus grand amour, Lattès 1997, p. 22 rev.)
«As Minhas ovelhas escutam a Minha voz»
Terás dificuldade em rezar se não souberes como. Temos de nos ajudar a rezar: em primeiro lugar, recorrendo ao silêncio, porque não podemos pôr-nos na presença de Deus se não praticarmos o silêncio, tanto interior como exterior. Não é fácil fazer silêncio dentro de nós, mas é um esforço indispensável. Só no silêncio encontraremos novas forças e a verdadeira unidade. A força de Deus tornar-se-á a nossa, para realizarmos todas as coisas como devemos; o mesmo acontecerá com a unidade dos nossos pensamentos aos Seus pensamentos, a unidade das nossas orações às Suas orações, a unidade das nossas ações às Suas ações, da nossa vida à Sua vida. A unidade é o fruto da oração, da humildade, do amor.
É no silêncio do coração que Deus fala; se te colocares perante Deus em silêncio e em oração, Deus falar-te-á. Então saberás que não és nada. Só quando conheceres o teu nada, a tua vacuidade, é que Deus poderá preencher-te Consigo. As almas dos grandes orantes são almas de grande silêncio.
O silêncio faz-nos ver cada coisa de modo diferente. Necessitamos do silêncio para tocar as almas dos outros. O essencial não é o que dizemos, mas o que Deus diz - aquilo que nos diz, e o que diz através de nós. No silêncio, Ele nos ouvirá; no silêncio, falará à nossa alma, e ouviremos a Sua voz.

Fontes:

26 de Abril de 2010 - Segunda-feira da 4ª Semana da Páscoa

Atos dos Apóstolos 11, 1-18
Os Apóstolos e os irmãos da Judéia ouviram, entretanto, dizer que também os pagãos tinham recebido a palavra de Deus. E, quando Pedro subiu a Jerusalém, os circuncisos começaram a censurá-lo, dizendo-lhe: «Tu entraste em casa de incircuncisos e comeste com eles.» 
Pedro expôs-lhes, então, o caso, do princípio ao fim, dizendo: «Estava eu em oração na cidade de Jope quando, em êxtase, tive uma visão: um objeto semelhante a uma grande toalha, descia do céu, preso pelas quatro pontas, e chegou até junto de mim. Fitando os olhos nele, pus-me a observar e vi os quadrúpedes da terra, os animais ferozes, os répteis e as aves do céu.
Ouvi também uma voz que me dizia: ‘Vamos, Pedro, mata e come.’ Mas eu respondi: ‘De modo algum, Senhor! Nunca entrou na minha boca nada de profano ou impuro!’ A voz fez-se ouvir do Céu, pela segunda vez: ‘O que Deus purificou não o consideres tu impuro.’ Isto repetiu-se três vezes; depois, tudo foi novamente elevado ao Céu. 
Nesse instante, apresentaram-se três homens na casa em que estávamos, enviados de Cesaréia à minha presença. O Espírito disse-me que os acompanhasse, sem hesitar. Vieram também comigo os seis irmãos, aqui presentes, e entramos em casa do homem. 
Ele nos contou que tinha visto um anjo apresentar-se em sua casa, dizendo-lhe: ‘Envia alguém a Jope e manda chamar Simão, cujo sobrenome é Pedro; ele te dirá palavras que te hão de trazer a salvação, a ti e a toda a tua casa.’ 
Ora, quando principiei a falar, o Espírito Santo desceu sobre eles, como sobre nós, ao princípio. Recordei-me, então, da palavra do Senhor, quando Ele dizia: ‘João batizou em água; vós, porém, sereis batizados no Espírito Santo.’ Se Deus, portanto, lhes concedeu o mesmo dom que a nós, por terem acreditado no Senhor Jesus Cristo, quem era eu para me opor a Deus?» 
Estas palavras apaziguaram-nos, e eles deram glória a Deus, dizendo: «Deus também concedeu aos pagãos o arrependimento que conduz à Vida!» 

Salmos 42 (41), 2-3.43 (42), 3-4
Como suspira a corça pelas águas correntes,
assim a minha alma suspira por ti, ó Deus.
A minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo!
Quando poderei contemplar a face de Deus?
Envia a tua luz e a tua verdade, para que elas me guiem
e conduzam à tua montanha santa, à tua morada.
Eu irei ao altar de Deus, ao Deus que é a alegria da minha vida.
Ao som da harpa te louvarei, ó Deus, meu Deus.

Evangelho segundo São João 10, 1-10
 «Em verdade, em verdade vos digo: quem não entra pela porta no redil das ovelhas, mas sobe por outro lado, é um ladrão e salteador. Aquele que entra pela porta é o pastor das ovelhas. A esse o porteiro abre-a e as ovelhas escutam a sua voz. E ele chama as suas ovelhas uma a uma pelos seus nomes e as faz sair. Depois de tirar todas as que são suas, vai à frente delas, e as ovelhas seguem-no, porque reconhecem a sua voz. Mas, a um estranho, jamais o seguiriam; pelo contrário, fugiriam dele, porque não reconhecem a voz dos estranhos.»
Jesus propôs-lhes esta comparação, mas eles não compreenderam o que lhes dizia. Então, Jesus retomou a palavra: «Em verdade, em verdade vos digo: Eu sou a porta das ovelhas. Todos os que vieram antes de mim eram ladrões e salteadores, mas as ovelhas não lhes prestaram atenção. Eu sou a porta. Se alguém entrar por mim estará salvo; há de entrar e sair e achará pastagem. O ladrão não vem senão para roubar, matar e destruir. Eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância.» 

Comentário ao Evangelho do dia feito por 
São Tomás de Aquino (1225-1274),
teólogo dominicano, Doutor da Igreja 
Comentário ao Evangelho de João, 10, 3 
(a partir da trad. Orval)
O Bom Pastor e a porta das ovelhas
Jesus disse: «Eu sou o Bom Pastor.» E é evidente que o título de pastor convém a Cristo porque, assim como o pastor leva o rebanho a pastar, assim também Cristo restaura os fiéis através do alimento espiritual que é o Seu próprio Corpo e o Seu próprio Sangue.
Para se distinguir do mau pastor e do ladrão, Jesus precisa que é o «bom pastor». É bom porque defende o rebanho com a dedicação com que o bom soldado defende a sua pátria. Por outro lado, Cristo afirmou que o pastor entra pela porta e que Ele é essa porta. Assim, pois quando aqui afirma ser o Pastor, temos de compreender que é Ele que entra e que entra por Si mesmo. E é bem verdade, porque Ele afirma que conhece o Pai por Si mesmo, enquanto nós entramos por meio Dele e é Ele que nos dá a felicidade. Reparemos bem que não há outro que seja a porta, porque mais ninguém é a luz, a não ser por participação. João Baptista não era a luz, antes tinha vindo para dar testemunho da luz (Jo 1, 8). Mas Cristo «era a luz que ilumina todo o homem» (v. 9). Ninguém pode, por conseguinte, dizer de si mesmo que é a porta, porque Cristo reservou para Si esse título.
Mas o título de pastor, esse o comunicou a outros, deu-o a alguns dos Seus membros. Com efeito, também Pedro o foi, e os outros apóstolos, e também o são todos os bispos. «Dar-vos-ei pastores segundo o Meu coração», diz Jeremias (3, 15). Ora, ainda que os chefes da Igreja - que são filhos da mesma Igreja - sejam todos pastores, Cristo afirma «Eu sou o Bom Pastor» para nos mostrar a singular força do Seu amor. Nenhum pastor será bom se não estiver unido a Cristo pela caridade, tornando-se assim membro do verdadeiro Pastor.

Fontes:

sábado, 24 de abril de 2010

25 de Abril de 2010 – Quarto Domingo do Tempo Pascal (Semana IV do Saltério) – Ano C

O 4º Domingo da Páscoa é considerado o "Domingo do Bom Pastor", pois todos os anos a liturgia propõe um trecho do capítulo 10 do Evangelho segundo João, no qual Jesus é apresentado como Bom Pastor. É, portanto, este o tema central que a Palavra de Deus hoje nos propõe.
O Evangelho apresenta Cristo como o Bom Pastor, cuja missão é trazer a vida plena às ovelhas do seu rebanho; as ovelhas, por sua vez, são convidadas a escutar o Pastor, a acolher a sua proposta e a segui-lo. É dessa forma que encontrarão a vida em plenitude.
A Primeira Leitura propõe-nos duas atitudes diferentes diante da proposta que o Pastor (Cristo) nos apresenta. De um lado, estão essas "ovelhas" cheias de auto-suficiência, satisfeitas e comodamente instaladas nas suas certezas; de outro, estão outras ovelhas, permanentemente atentas à voz do Pastor, que estão dispostas a arriscar segui-lo até às pastagens da vida abundante. É esta última atitude que nos é proposta.
A Segunda Leitura apresenta a meta final do rebanho que seguiu Jesus, o Bom Pastor: a vida total, de felicidade sem fim.
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 Atos dos Apóstolos 13, 14.43-52
Quanto àqueles, deixaram Perge e, caminhando sempre, chegaram a Antioquia da Pisídia. A um sábado, entraram na sinagoga e sentaram-se. Depois da reunião, muitos judeus e prosélitos piedosos seguiam Paulo e Barnabé, os quais, nas suas conversas com eles, os exortavam a perseverar na graça de Deus. 
No sábado seguinte, quase toda a cidade se reuniu para ouvir a palavra do Senhor. A presença da multidão encheu os judeus de inveja, e responderam com blasfêmias ao que Paulo dizia. Então, desassombradamente, Paulo e Barnabé afirmaram: «Era primeiramente a vós que a palavra de Deus devia ser anunciada. Visto que a repelis e vós próprios vos julgais indignos da vida eterna, voltamo-nos para os pagãos, pois assim nos ordenou o Senhor: Estabeleci-te como luz dos povos, para levares a salvação até aos confins da Terra.» 
Ao ouvirem isto, os pagãos encheram-se de alegria e glorificavam a palavra do Senhor; e todos os que estavam destinados à vida eterna abraçaram a fé. Assim, a palavra do Senhor divulgava-se por toda aquela região. 
Mas os judeus incitaram as senhoras devotas mais distintas e os de maior categoria da cidade, desencadeando uma perseguição contra Paulo e Barnabé, e expulsaram-nos do seu território. Estes, sacudindo contra eles o pó dos pés, foram para Icônio. Quanto aos discípulos, estavam cheios de alegria e do Espírito Santo. 

Salmos 100,  2.3.5
Servi ao SENHOR com alegria,
vinde à sua presença com cânticos de júbilo!
Sabei que o SENHOR é Deus;
foi Ele quem nos criou e nós Lhe pertencemos,
somos o seu povo e as ovelhas do seu rebanho.
O SENHOR é bom! O seu amor é eterno!
É eterna a sua fidelidade!

Apocalipse 7, 9.14-17
Depois disto, apareceu na visão uma multidão enorme que ninguém podia contar, de todas as nações, tribos, povos e línguas. Estavam de pé com túnicas brancas diante do trono e diante do Cordeiro, e com palmas na mão. 
Eu respondi-Lhe: «Meu senhor, tu é que sabes.» Ele me disse: «Estes são os que vêm da grande tribulação; lavaram as suas túnicas e as branquearam no sangue do Cordeiro. Por isso, estão diante do trono de Deus e servem-no, noite e dia, no seu santuário, e o que está sentado no trono abrigá-los-á na sua tenda.
Nunca mais passarão fome nem sede; nem o sol nem o calor ardente cairão sobre eles, porque o Cordeiro que está no meio do trono os apascentará e conduzirá às fontes de água viva; e Deus enxugará todas as lágrimas dos seus olhos.» 

Evangelho segundo São João 10, 27-30
«As Minhas ovelhas escutam a Minha voz: Eu as conheço e elas Me seguem. Dou-lhes a vida eterna, e nem elas hão de perecer jamais, nem ninguém as arrancará da Minha mão. O que o Meu Pai Me deu vale mais que tudo e ninguém o pode arrancar da mão do Pai. Eu e o Pai somos Um.» 

 Comentário ao Evangelho do dia por 
Basílio da Selêucida (?-c. 468), bispo 
Homilia 26 sobre o Bom Pastor; 
PG 85, 299-308
(a partir da trad. Bouchet, 
Lectionnaire, p. 218)
«Eu sou o Bom Pastor.» 
(Jo 10, 11)
Abel, o primeiro pastor, conquistou a admiração do Senhor, que de bom grado acolheu o sacrifício dele e preferiu o doador ao dom (Gn 4, 4). A Escritura também louva Jacob, pastor dos rebanhos de Labão, fazendo notar o que sofreu pelas suas ovelhas: «Fui devorado pelo calor durante o dia e pelo frio durante a noite» (Gn 31, 40); e Deus recompensou este homem pelo seu labor. Também Moisés foi pastor nas montanhas de Madian, preferindo ser maltratado com o povo de Deus a conhecer a felicidade [no palácio do faraó]; e Deus, apreciando esta escolha, deixou-Se ver por ele como recompensa (Ex 3, 2). Após esta visão, Moisés não abandonou o seu ofício de pastor, antes dominou aos elementos com o seu báculo (Ex 14, 16), conduzindo o povo de Israel para as pastagens. Também David foi pastor, mas o seu bastão foi trocado por um cetro real e recebeu a coroa. Não te espante que todos estes bons pastores estejam perto de Deus. O próprio Senhor não cora por ser chamado «pastor» (Sl 22; 79), Deus não cora de conduzir os homens para as pastagens, como não cora por tê-los criado.
Olhemos agora para o nosso pastor, para Cristo; contemplemos o Seu amor pelos homens, a suavidade com que os conduz às pastagens. Ele Se alegra com as ovelhas que O rodeiam e vai à procura daquelas que se perdem. Nem montes nem florestas são para Ele obstáculo: corre pelo vale da sombra (Sl 22, 4) para chegar ao local onde se encontra a ovelha perdida. [...] Vai aos infernos libertar os que ali se encontram; é assim que Ele procura o amor das Suas ovelhas. Aquele que ama a Cristo é aquele que sabe ouvir a Sua voz.

Fontes: