quarta-feira, 21 de abril de 2010

22 de Abril de 2010 - Quinta-feira da 3ª Semana da Páscoa

Atos dos Apóstolos 8, 26-40
O Anjo do Senhor falou a Filipe e disse-lhe: «Põe-te a caminho e dirige-te para o Sul, pela estrada que desce de Jerusalém para Gaza, a qual se encontra deserta.» 
Ele se pôs a caminho e foi para lá. Ora, um etíope, eunuco e alto funcionário da rainha Candace, da Etiópia, e superintendente de todos os seus tesouros, que tinha ido em peregrinação a Jerusalém, regressava, na mesma altura, sentado no seu carro, lendo o profeta Isaías. O Espírito disse a Filipe: «Vai e acompanha aquele carro.» Filipe, acorrendo, ouviu o etíope que lia o profeta Isaías, e perguntou-lhe: «Compreendes, verdadeiramente, o que estás lendo?» Respondeu ele: «E como poderei compreender, sem alguém que me oriente?» E convidou Filipe a subir e a sentar-se junto dele. 
A passagem da Escritura que ele lia era a seguinte: «Como ovelha levada ao matadouro, e como cordeiro sem voz diante daquele que o tosquia, assim Ele não abre a sua boca. Na humilhação se consumou o seu julgamento, e quem poderá contar a sua geração? Da face da terra foi tirada a sua vida!» 
Dirigindo-se a Filipe, o eunuco disse-lhe: «Peço-te que me digas: De quem fala o profeta? De si mesmo ou de outra pessoa?» Então, Filipe tomou a palavra e, partindo desta passagem da Escritura, anunciou-lhe a Boa Nova de Jesus. 
Pelo caminho afora, encontraram uma nascente de água, e o eunuco disse: «Eis aí a água! Que me impede de ser batizado?» Filipe respondeu: «Se acreditas com todo o coração, isso é possível.» O eunuco respondeu: «Creio que Jesus Cristo é o Filho de Deus.» E mandou parar o carro. Ambos desceram até a água, Filipe e o eunuco, e Filipe o batizou. Quando saíram da água, o Espírito do Senhor arrebatou Filipe, e o eunuco não o viu mais, seguindo o seu caminho cheio de alegria.
 Filipe encontrou-se em Azoto e, partindo dali, foi anunciando a Boa Nova a todas as cidades, até que chegou a Cesaréia. 

Salmos 66 (65), 8-9.16-17.20
Bendizei, ó povos, o nosso Deus,
fazei ressoar a voz do seu louvor.
Foi Ele quem salvou a nossa vida
e não permitiu que os nossos pés resvalassem.
Vinde e ouvi, todos os que temeis a Deus;
vou narrar-vos o que Ele fez por mim.
Por Ele gritou a minha boca
e o seu louvor andava já na minha língua.
Bendito seja Deus, que não rejeitou a minha oração,
nem me retirou a sua misericórdia.

Evangelho segundo São João 6, 44-51
«Ninguém pode vir a Mim se o Pai que Me enviou o não atrair; e Eu hei de ressuscitá-lo no último dia. Está escrito nos profetas: E todos serão ensinados por Deus. Todo aquele que escutou o ensinamento que vem do Pai e o entendeu vem a Mim. Não é que alguém tenha visto o Pai, a não ser aquele que tem a sua origem em Deus: esse é que viu o Pai. Em verdade, em verdade vos digo: aquele que crê tem a vida eterna.
Eu sou o Pão da vida. Os vossos pais comeram o maná no deserto, mas morreram. Este é o Pão que desce do Céu; se alguém comer dele, não morrerá. Eu sou o Pão vivo, o que desceu do Céu: se alguém comer deste Pão, viverá eternamente; e o Pão que Eu hei de dar é a Minha Carne, pela vida do mundo.» 



Comentário ao Evangelho do dia feito por
São Pedro Damião (1007-1072),
eremita e depois bispo, Doutor da Igreja 
Sermão 45; PL 144,743 e 747 (a partir da trad. Orval)
«Este é o Pão que desce do Céu;
se alguém comer Dele, não morrerá.»
A Virgem Maria deu Jesus Cristo à luz, aqueceu-O nos seus braços, envolveu-O em panos e rodeou-O dos seus cuidados maternais. E é o corpo desse mesmo Jesus que hoje recebemos, é o Seu sangue redentor que bebemos no sacramento do altar. É isso que a fé católica tem por verdadeiro, é isso que a Igreja ensina com fidelidade.
A língua humana não é capaz glorificar suficientemente aquela de quem tomou carne «o mediador entre Deus e os homens» (I Tm 2, 5). O louvor humano não está à altura daquela de cujas entranhas puríssimas saiu o fruto que é o alimento das nossas almas, Aquele que diz de Si mesmo: «Eu sou o Pão vivo, o que desceu do Céu: se alguém comer deste Pão, viverá eternamente.» Com efeito, nós fomos expulsos do paraíso de delícias por causa de um alimento, e é também por via de um alimento que reencontramos as alegrias do paraíso. Pelo alimento que Eva tomou, fomos condenados a um jejum eterno; pelo alimento que Maria nos deu, abriram-se para nós as portas do banquete celeste.

Fontes:

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