domingo, 28 de fevereiro de 2010

1º de Março de 2010 - Segunda-feira da 2ª Semana da Quaresma

Daniel 9, 4-10
Supliquei ao Senhor, meu Deus, e fiz-lhe a minha confissão nestes termos: “Ah! Senhor, Deus grande e temível, que és fiel à Aliança e que manténs o teu favor para com os que te amam e guardam os teus mandamentos. Todos nós pecamos, prevaricamos, praticamos a iniqüidade, fomos revoltosos, afastamo-nos dos teus mandamentos e das tuas leis. Não escutamos os teus servos, os profetas, que falaram em teu nome aos nossos reis, aos nossos chefes, aos nossos pais e a todo o povo da nação. 
Para ti, Senhor, a justiça; para nós, a infâmia, como é hoje para as gentes de Judá, para os habitantes de Jerusalém e para todo o Israel, para aqueles que estão perto e aqueles que estão longe, em todos os países por onde os espalhaste, em conseqüência das iniqüidades que cometeram contra ti. 
Sim, ó Senhor, para nós a vergonha, para os nossos reis, para os nossos chefes, para os nossos pais, porque pecamos contra ti. No Senhor, nosso Deus, a misericórdia e o perdão, pois nos revoltamos contra Ele. 
Recusamos escutar a voz do Senhor, nosso Deus; não seguimos as leis que nos propunha pela boca dos seus servos, os profetas.” 

Salmos 78 (79), 8.9.11.13
De nossos antepassados esqueçais as culpas;
vossa misericórdia venha logo ao nosso encontro,
porque estamos reduzidos a extrema miséria.
Ajudai-nos, ó Deus salvador, pela glória de vosso nome;
livrai-nos e perdoai-nos os nossos pecados pelo amor de vosso nome.
Cheguem até vós os gemidos dos cativos:
livrai, por vosso braço, os condenados à pena de morte.
Quanto a nós, vosso povo e ovelhas de vosso rebanho,
glorificaremos a vós perpetuamente;
de geração em geração cantaremos os vossos louvores.

Evangelho segundo São Lucas 6, 36-38
“Sede misericordiosos como o vosso Pai é misericordioso. Não julgueis e não sereis julgados; não condeneis e não sereis condenados; perdoai e sereis perdoados. 
Dai e ser-vos-á dado: uma boa medida, cheia, recalcada, transbordante será lançada no vosso regaço. A medida que usardes com os outros será usada convosco.”

 Comentário ao Evangelho do dia feito por 
São Máximo, o Confessor (c. 580-662), monge e teólogo 
A vida ascética, 40-42; PG 90, 912 (a partir da trad. Bouchet, Lectionnaire, p. 108)
«A medida usardes com os outros será usada convosco»
Tendo aprendido pela Escritura o que é o temor do Senhor e o que é a Sua bondade e o Seu amor, convertamo-nos a Ele de todo o coração. [...] Guardemos os seus mandamentos; amemo-nos uns aos outros com todo o coração. Chamemos irmãos mesmo àqueles que nos odeiam e detestam, a fim de que o nome do Senhor seja glorificado e manifestado em toda a sua alegria. Nós, que nos suportamos uns aos outros, perdoemo-nos mutuamente. [...] Não tenhamos inveja dos outros e, se estamos permeáveis ao ciúme, não nos tornemos ferozes. Mostremo-nos antes cheios de compaixão uns para com os outros, e pela nossa humildade curemo-nos uns aos outros. Não maldigamos nem trocemos, porque somos membros uns dos outros.
Amando-nos uns aos outros, seremos amados por Deus; sejamos pacientes uns com os outros e Ele se mostrará paciente com os nossos pecados. Não paguemos o mal com o mal e não receberemos o que merecemos pelos nossos pecados. Porque obteremos o perdão nossos pecados perdoando aos nossos irmãos, e a misericórdia de Deus está escondida na misericórdia para com o próximo. [...] Vede, o Senhor deu-nos o meio de nos salvarmos e dá-nos o poder celeste de nos tornarmos filhos de Deus.

Fontes:
http://www.evangelhoquotidiano.org/main.php?language=PT&module=readings&localdate=20100301
http://www.evangelhoquotidiano.org/main.php?language=PT&module=commentary&localdate=20100301
http://www.bibliacatolica.com.br/01/21/78.php

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

28 de Fevereiro de 2010 - 2º Domingo da Quaresma - Ano C

As leituras deste domingo convidam-nos a refletir sobre a nossa "transfiguração", a nossa conversão à vida nova de Deus; nesse sentido, são-nos apresentadas algumas pistas.
A primeira leitura apresenta-nos Abraão, o modelo do crente. Com Abraão, somos convidados a "acreditar", isto é, a uma atitude de confiança total, de aceitação radical, de entrega plena aos desígnios desse Deus que não falha e é sempre fiel às promessas.
A segunda leitura convida-nos a renunciar a essa atitude de orgulho, de auto-suficiência e de triunfalismo, resultantes do cumprimento de ritos externos; a nossa transfiguração resulta de uma verdadeira conversão do coração, construída dia a dia sob o signo da cruz, isto é, do amor e da entrega da vida.
O Evangelho apresenta-nos Jesus, o Filho amado do Pai, cujo êxodo (a morte na cruz) concretiza a nossa libertação. O projeto libertador de Deus em Jesus não se realiza através de esquemas de poder e de triunfo, mas através da entrega da vida e do amor que se dá até à morte. É esse o caminho que nos conduz, a nós também, à transfiguração em Homens Novos.

www.ecclesia.pt

Gênesis 15, 5-12.17-18 
E, conduzindo-o para fora, disse-lhe: «Levanta os olhos para o céu e conta as estrelas, se fores capaz de as contar.» E acrescentou: «Pois bem, será assim a tua descendência.» Abrão confiou no Senhor, e Ele considerou-lhe isso como mérito. 
O Senhor disse-lhe depois: «Eu sou o Senhor que te mandou sair de Ur, na Caldeia, para te dar esta terra.» Perguntou-lhe Abrão: «Senhor Deus, como saberei que tomarei posse dela?» Disse-lhe o Senhor: «Toma uma novilha de três anos, uma cabra de três anos, um carneiro de três anos, uma rola e um pombo ainda novo.» 
Abrão foi procurar todos estes animais, cortou-os ao meio e dispôs cada metade em frente uma da outra; não cortou, porém, as aves. As aves de rapina desciam sobre as carnes mortas, mas Abrão afugentava-as. 
Ao pôr-do-sol, apoderou-se dele um sono profundo; ao mesmo tempo, sentiu-se apavorado e foi envolvido por densa treva. Quando o Sol desapareceu, e sendo completa a escuridão, surgiu um braseiro fumegante e uma chama ardente, que passou entre as metades dos animais. 
Naquele dia, o Senhor concluiu uma aliança com Abrão, dizendo-lhe: «Dou esta terra à tua descendência, desde o rio do Egito até ao grande rio, o Eufrates.»

Salmos 27, 1.7-9.13-14
O SENHOR é minha luz e salvação: de quem terei medo?
O SENHOR é o baluarte da minha vida: quem me assustará?
Ouve, SENHOR, a voz da minha súplica, tem compaixão de mim e responde-me.
O meu coração murmura por ti, os meus olhos te procuram;
é a tua face que eu procuro, SENHOR.
Não desvies de mim o teu rosto, nem afastes, com ira, o teu servo.
Tu és o meu amparo: não me rejeites nem abandones, ó Deus, meu salvador!
Creio, firmemente, vir a contemplar a bondade do SENHOR, na terra dos vivos.
Confia no SENHOR! Sê forte e corajoso, e confia no SENHOR!

Filipenses 3, 17-21.4, 1 
Sede todos meus imitadores, irmãos, e olhai atentamente para aqueles que procedem conforme o modelo que tendes em nós. É que muitos – de quem várias vezes vos falei e agora até falo a chorar – são, no seu procedimento, inimigos da cruz de Cristo: o seu fim é a perdição, o seu Deus é o ventre, e gloriam-se da sua vergonha – esses que estão presos às coisas da terra. 
É que, para nós, a cidade a que pertencemos está nos céus, de onde certamente esperamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo. Ele transfigurará o nosso pobre corpo, conformando-o ao seu corpo glorioso, com aquela energia que o torna capaz de a si mesmo sujeitar todas as coisas. 
Portanto, meus caríssimos e saudosos irmãos, minha coroa e alegria, permanecei assim firmes no Senhor, caríssimos. 

Evangelho segundo São Lucas 9, 28-36 
Uns oito dias depois destas palavras, levando consigo Pedro, João e Tiago, Jesus subiu ao monte para orar Enquanto orava, o aspecto do seu rosto modificou-se, e as suas vestes tornaram-se de uma brancura fulgurante. E dois homens conversavam com Ele: Moisés e Elias,  os quais, aparecendo rodeados de glória, falavam da sua morte, que ia acontecer em Jerusalém. 
Pedro e os companheiros estavam caindo de sono; mas, despertando, viram a glória de Jesus e os dois homens que estavam com Ele. Quando eles iam separar-se de Jesus, Pedro disse-lhe: «Mestre, é bom estarmos aqui. Façamos três tendas: uma para ti, uma para Moisés e outra para Elias.» Não sabia o que dizia. 
Enquanto dizia isto, surgiu uma nuvem que os cobriu e, quando entraram na nuvem, ficaram atemorizados. E da nuvem veio uma voz que disse: «Este é o meu Filho predileto. Escutai-o.» 
Quando a voz se fez ouvir, Jesus ficou só. Os discípulos guardaram silêncio e, naqueles dias, nada contaram a ninguém do que tinham visto. 

 Comentário ao Evangelho do dia feito por
Anastásio do Sinai (?-depois de 700), monge 
Homilia sobre a Transfiguração
«Moisés e Elias [...] falavam da sua morte, que ia acontecer em Jerusalém»
Neste dia apareceu misteriosamente no Monte Tabor a condição da vida futura e do Reino da alegria. Neste dia, os mensageiros da Antiga e da Nova Aliança reuniram-se de forma extraordinária em torno de Deus na montanha, portadores de um mistério cheio de paradoxo. Neste dia, desenha-se no Monte Tabor o mistério da Cruz que, pela morte, dá a vida: assim como Cristo foi crucificado entre dois homens no Monte Calvário, assim também Se apresentou na majestade divina entre Moisés e Elias. E a festa de hoje mostra-nos este outro Sinai, montanha ó quão mais preciosa que o Sinai, pelas suas maravilhas e os seus eventos, que ultrapassa, pela teofania que nela se deu, as visões divinas figuradas e obscuras. [...]
Rejubila, ó Criador de todas as coisas, Cristo Rei, Filho de Deus resplandecente de luz, que transfiguraste à Tua imagem toda a criação e de forma misteriosa a recriaste. [...] E rejubila, ó imagem do Reino celeste, santíssimo Monte Tabor, que ultrapassas em beleza todas as montanhas! Monte Gólgota e Monte das Oliveiras, cantai juntos um hino e rejubilai; cantai a Cristo a uma só voz no Monte Tabor e celebrai-O juntos!

Fontes:
http://www.evangelhoquotidiano.org/main.php?language=PT&module=saintfeast&localdate=20100228&id=101&fd=1
http://www.evangelhoquotidiano.org/main.php?language=PT&module=readings&localdate=20100228
http://www.evangelhoquotidiano.org/main.php?language=PT&module=commentary&localdate=20100228
http://www.evangelhoquotidiano.org/zoom_img.php?frame=3679&language=PT&img=&sz=full

Sábado da 1ª Semana da Quaresma

 Deuteronômio 26, 16-19
«Hoje, o Senhor, teu Deus, ordena-te que cumpras estas leis e preceitos. Observa-os e cumpre-os com todo o teu coração e com toda a tua alma. Hoje, declaraste ao Senhor que Ele seria o teu Deus e que andarias nos seus caminhos, observando as suas leis, os seus preceitos e os seus mandamentos. 
Por sua vez, o Senhor declarou-te hoje que serias o seu povo particular, como te tinha dito, e que deverias observar todos os seus mandamentos; que te tornaria superior em honra, fama e esplendor a todos os povos que Ele tinha criado; que serias um povo consagrado ao Senhor, teu Deus, como Ele tinha dito.» 

Salmos 119 (118), 1-2.4-5.7-8
Felizes os que seguem o caminho da retidão e vivem segundo a lei do SENHOR. 
Felizes os que cumprem os seus preceitos e o procuram com todo o coração, 
Promulgaste os teus preceitos para se cumprirem fielmente. 
Oxalá os meus passos sejam firmes no cumprimento dos teus decretos. 
Poderei louvar-te de coração sincero, instruído pelos teus justos juízos. 
Hei de cumprir as tuas leis; não me abandones mais!

Evangelho segundo São Mateus 5, 43-48
«Ouvistes o que foi dito: Amarás o teu próximo e odiarás o teu inimigo. Eu, porém, digo-vos: Amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem. Fazendo assim, tornar-vos-eis filhos do vosso Pai que está no Céu, pois Ele faz com que o Sol se levante sobre os bons e os maus e faz cair a chuva sobre os justos e os pecadores. 
Porque, se amais os que vos amam, que recompensa haveis de ter? Não fazem já isso os cobradores de impostos? E, se saudais somente os vossos irmãos, que fazeis de extraordinário? Não o fazem também os pagãos? Portanto, sede perfeitos como é perfeito o vosso Pai celeste.» 

 Comentário ao Evangelho do dia feito por 
Santo Isaac o Sírio (séc. VII),
monge em Nínive, perto de Mossoul, no atual Iraque 
Discursos ascéticos, 2ª série, 38,5 et 39,3 (a partir da trad. Alfeyev, Bellefontaine 2001, p. 46)
«Ele faz com que o Sol se levante sobre os bons e os maus»
No Criador, não há mudança, não há intenções anteriores ou posteriores; na Sua natureza, não há ódio nem ressentimentos, não há lugar maior ou menor no Seu amor, nem antes nem depois no Seu conhecimento. Pois, se todos crêem que a criação começou a existir como conseqüência da bondade e do amor do Criador, nós sabemos que esta primeira motivação não diminui nem se altera no Criador em conseqüência do curso desordenado da Sua criação.
Seria profundamente odioso e perfeitamente blasfemo supor que há em Deus ódio e ressentimento - sequer para com os próprios demônios -, ou imaginar Nele alguma fraqueza ou paixão. [...] Muito pelo contrário, Deus age sempre conosco pelos caminhos que sabe serem para nossa vantagem, quer estes sejam para nós causa de sofrimento ou de consolo, de alegria ou de tristeza, quer sejam insignificantes ou gloriosos. Todos eles são orientados para os mesmos bens eternos.

Fontes:
http://www.evangelhoquotidiano.org/main.php?language=PT&module=readings&localdate=20100227
http://www.evangelhoquotidiano.org/main.php?language=PT&module=commentary&localdate=20100227

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

26 de Fevereiro de 2010 - Sexta-feira da 1ª Semana da Quaresma

Ezequiel 18,2 1-28
“Mas se o pecador renuncia a todos os pecados que cometeu, se observa todas as minhas leis e pratica o direito e a justiça, ele deve viver, não morrerá. Não serão lembradas as faltas que cometeu, viverá por causa da justiça que praticou. 
Porventura hei de me comprazer com a morte do pecador - oráculo do Senhor DEUS - e não com o fato de ele se converter e viver? Mas se o justo se desvia da sua justiça e pratica o mal, imitando os crimes abomináveis a que se entrega o pecador, porventura viverá? A justiça que praticou não será recordada; por causa da infidelidade a que se entregou e do pecado que cometeu, morrerá. 
Porém, vós dizeis: 'O modo de proceder do Senhor não é justo.' Escutai, pois, casa de Israel: Então é o meu modo de agir que não é justo? Ou é o vosso que o não é ? Se o justo se afasta da sua justiça para praticar o mal e morre por causa disto, é por causa do mal que praticou que ele morrerá. 
Se o pecador se afasta do pecado que cometeu para praticar o direito e a justiça, ele merece viver. Se ele se afasta dos pecados que cometeu, viverá certamente, não morrerá.” 

Salmos 130 (129), 1-2.3-4.5-6.7-8
Do fundo do abismo clamo a ti, SENHOR! 
Senhor, ouve a minha prece! Estejam teus ouvidos atentos à voz da minha súplica!
Se tiveres em conta os nossos pecados, Senhor, quem poderá resistir? 
Mas em ti encontramos o perdão; por isso te fazes respeitar. 
Eu espero no SENHOR! Sim, espero! A minha alma confia na sua palavra. 
minha alma volta-se para o Senhor, mais do que a sentinela para a aurora.
Mais do que a sentinela espera pela aurora, 
Israel espera pelo SENHOR; porque nele há misericórdia e com Ele é abundante a redenção. 
Ele há de livrar Israel de todos os seus pecados. 

Evangelho segundo São Mateus 5, 20-26
“Porque Eu vos digo: Se a vossa justiça não superar a dos doutores da Lei e dos fariseus, não entrareis no Reino do Céu. Ouvistes o que foi dito aos antigos: Não matarás. Aquele que matar terá de responder em juízo. Eu, porém, vos digo: quem se irritar contra o seu irmão será réu perante o tribunal; quem lhe chamar 'imbecil’ será réu diante do Conselho; e quem lhe chamar 'louco’ será réu da Geena do fogo. 
Se fores, portanto, apresentar uma oferta sobre o altar e ali te recordares de que o teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa lá a tua oferta diante do altar, e vai primeiro reconciliar-te com o teu irmão; depois, volta para apresentar a tua oferta. 
Com o teu adversário mostra-te conciliador, enquanto caminhardes juntos, para não acontecer que ele te entregue ao juiz e este à guarda e te mandem para a prisão. Em verdade te digo: Não sairás de lá até que pagues o último centavo.” 

 Comentário ao Evangelho do dia, por
Santo Agostinho (354-430),
Bispo de Hipona (Norte de África) e 
Doutor da Igreja
Sermão 357
«Se te recordares de que o teu irmão tem alguma coisa contra ti»
«Deus faz que o sol se levante sobre os bons e os maus e faz cair a chuva sobre os justos e os pecadores» (Mt 5, 45). Ele mostra a sua paciência; não lamenta o Seu poder. Também tu [...], renuncia à provocação, não aumentes a tribulação dos que semeiam o tumulto. És amigo da paz? Mantém-te tranqüilo dentro de ti mesmo. [...] Deixa de lado as querelas, e volta-te para a oração. Não respondas à injúria com a injúria, mas reza por esse homem.
Queres opor-te a ele: fala a Deus por ele. Não digo que te cales: escolhe o meio conveniente, e vê Aquele a quem falas, em silêncio, com um grito do coração. Onde o teu adversário não te vê, aí mesmo, sê bom para ele. A esse adversário da paz, a esse amigo da disputa, responde tu, amigo da paz: «Diz tudo o que quiseres, porque, seja qual for a tua inimizade, tu és meu irmão» [...].
Bem me podes odiar e repelir: tu és meu irmão! Reconhece em ti o sinal do meu Pai; é esta a Palavra do meu Pai: és um irmão encrenqueiro, mas és meu irmão, porque tu dizes tal como eu: «Pai nosso que estais nos céus». Se invocamos um único Pai, por que não somos um só? Peço-te, reconhece o que dizes comigo e reprova o que fazes contra mim. [...] Temos uma única voz diante do Pai; por que não havemos de ter juntos uma única paz?

Fontes:
http://www.evangelhoquotidiano.org/main.php?language=PT&module=readings&localdate=20100226
http://www.evangelhoquotidiano.org/main.php?language=PT&module=commentary&localdate=20100226

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

25 de Fevereiro de 2010 - Quinta-feira da 1ª Semana da Quaresma


Ester 14, 1.3-5.12-14
Naqueles dias, a rainha Ester, tomada de angústia mortal, procurou refúgio no Senhor e fez esta súplica ao Senhor, Deus de Israel: «Meu Senhor, nosso único Rei, vinde socorrer-me, porque estou só e não tenho outro auxílio senão Vós e corre perigo a minha vida. 
Desde criança, ouvi dizer na minha tribo paterna que Vós, Senhor, escolhestes Israel entre todos os povos e os nossos pais entre os seus antepassados, para serem a vossa herança perpétua, e cumpristes tudo o que lhes tínheis prometido.
Lembrai-Vos de nós, Senhor, e manifestai-Vos no dia da nossa tribulação. Fortalecei-me, Rei dos deuses e Senhor dos poderosos. Ponde em meus lábios palavras harmoniosas, quando estiver na presença do leão, e mudai o seu coração, para que eu deteste o nosso inimigo e o arruíne com todos os seus cúmplices. 
Livrai-nos com a vossa mão; vinde socorrer-me no meu abandono, porque não tenho ninguém senão Vós, Senhor.»

Salmos 138 (137), 1-3.7-8
Dou-te graças, SENHOR, de todo o coração, na presença dos poderosos te hei de louvar. 
Inclino-me voltado para o teu santo templo e louvarei o teu nome,
pela tua bondade e pela tua fidelidade, porque foste mais além das tuas promessas. 
Quando te invoquei, atendeste-me e aumentaste as forças da minha alma. 
Quando estou em angústia, conservas-me a vida;
estendes a mão contra a ira dos meus inimigos, e a tua mão direita me salva. 
SENHOR tudo fará por mim! Ó SENHOR, o teu amor é eterno!
Não abandones a obra das tuas mãos! 

Evangelho segundo São Mateus 7, 7-12
«Pedi, e ser-vos-á dado; procurai, e encontrareis; batei, e hão de abrir-vos. Pois, quem pede, recebe; e quem procura, encontra; e ao que bate, hão de abrir. 
Qual de vós, se o seu filho lhe pedir pão, lhe dará uma pedra? Ou, se lhe pedir peixe, lhe dará uma serpente? Ora bem, se vós, sendo maus, sabeis dar coisas boas aos vossos filhos, quanto mais o vosso Pai que está no Céu dará coisas boas àqueles que lhas pedirem.
Portanto, o que quiserdes que vos façam os homens, fazei-o também a eles, porque isto é a Lei e os Profetas.» 

Comentário ao Evangelho do dia feito por 
São Pedro Crisólogo (c. 406-450), Bispo de Ravena, Doutor da Igreja 
Sermão 55; PL 52, 352-354 (a partir da trad. En Calcat)
«Qual de vós, se o seu filho lhe pedir pão, lhe dará uma pedra?»
Se Deus quis que fosses pai [...], foi para que, dando também a vida, soubesses o que é a ternura paternal, de modo a experimentares em ti o amor do Teu criador na medida em que podes sentir em ti mesmo afeição para com teus próprios filhos. [...] Se, por conseguinte, crês em Deus, e confessas que é Pai, então crê que tudo quanto ordena, tudo quanto escolhe a teu respeito, é para tua salvação, é vida para ti. Não se podem anular os dons de uma mãe, não se podem recusar as advertências de um pai; ainda que as ordens paternas pareçam austeras, são na realidade salvadoras e vivificantes. 
Assim, quando compreendeu que Deus era Pai, Abraão não se deteve na aparente dureza e aspereza dos mandamentos; mas glorificou o que o Pai dos céus ordenou [...]; logo que Deus ordena, ele entrega-se inteiramente ao Seu amor. [...] Quando se conhece Deus, para quê contestar os Seus dons de Pai, em vez de os acolher como coisas boas e vantajosas, tal como o pequeno e o inocente espera tudo de seu pai?
Examinai mais de perto a comparação que o Senhor emprega no Seu Evangelho: «Qual de vós, se o seu filho lhe pedir pão, lhe dará uma pedra?» Cristo veio para os filhos, ou seja, para o Seu povo eleito, mesmo que tenha tido pena de tê-lo gerado e tenha gritado: «Criei filhos e os fiz crescerem, mas eles revoltaram-se contra Mim» (Is 1, 2); por conseguinte, veio para os filhos, Ele, o verdadeiro pão do céu que dizia: «Eu sou o pão que desceu do céu» (Jo 6, 41).

Fontes:
http://www.evangelhoquotidiano.org/main.php?language=PT&module=readings&localdate=20100225
http://www.evangelhoquotidiano.org/main.php?language=PT&module=commentary&localdate=20100225

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

24 de Fevereiro de 2010 - Quarta-feira da 1ª Semana da Quaresma

Jonas 3, 1-10
A palavra do Senhor foi dirigida pela segunda vez a Jonas, nestes termos: «Levanta-te e vai a Nínive, à grande cidade e apregoa nela o que Eu te ordenar.» 
Jonas levantou-se e foi a Nínive, segundo a ordem do Senhor. Nínive era uma cidade imensamente grande, e eram precisos três dias para percorrê-la. Jonas entrou na cidade e andou um dia inteiro a apregoar: «Dentro de quarenta dias Nínive será destruída.» Os habitantes de Nínive acreditaram em Deus, ordenaram um jejum e vestiram-se de saco, do maior ao menor. 
A notícia chegou ao conhecimento do rei de Nínive; ele levantou-se do seu trono, tirou o seu manto, cobriu-se de saco e sentou-se sobre a cinza. Em seguida, foi publicado na cidade, por ordem do rei e dos príncipes, este decreto: «Os homens e os animais, os bois e as ovelhas não comam nada, não sejam levados a pastar nem bebam água. Os homens e animais cubram-se de roupas grosseiras, e clamem a Deus com força; converta-se cada um do seu mau caminho e da violência que há nas suas mãos. Quem sabe se Deus não se arrependerá e acalmará o ardor da sua ira, de modo que não pereçamos?» 
Deus viu as suas obras, como se convertiam do seu mau caminho, e, arrependendo-se do mal que tinha resolvido fazer-lhes, não lho fez. 

Salmos 51 (50), 3-4.12-13.18-19
Tem compaixão de mim, ó Deus, pela tua bondade; 
pela tua grande misericórdia, apaga o meu pecado.
Lava-me de toda a iniqüidade; purifica me dos meus delitos.
Cria em mim, ó Deus, um coração puro; renova e dá firmeza ao meu espírito.
Não me afastes da tua presença, nem me prives do teu santo espírito!
Não te comprazes nos sacrifícios nem te agrada qualquer holocausto que eu te ofereça.
O sacrifício agradável a Deus é o espírito contrito; 
ó Deus, não desprezes um coração contrito e arrependido.

Evangelho segundo São Lucas 11, 29-32
Como as multidões afluíssem em massa, começou a dizer: «Esta geração é uma geração perversa; pede um sinal, mas não lhe será dado sinal algum, a não ser o de Jonas. Pois, assim como Jonas foi um sinal para os ninivitas, assim o será também o Filho do Homem para esta geração. 
A rainha do Sul há de levantar-se, na altura do juízo, contra os homens desta geração e há de condená-los, porque veio dos confins da terra para ouvir a sabedoria de Salomão; ora, aqui está quem é maior do que Salomão! 
Os ninivitas hão de levantar-se, na altura do juízo, contra esta geração e hão de condená-la, porque fizeram penitência ao ouvir a pregação de Jonas; ora, aqui está quem é maior do que Jonas.» 

 Comentário ao Evangelho do dia feito por 
Santo Irineu de Lyon (c. 130 - c. 208), 
bispo, teólogo e mártir 
Contra as heresias, III, 20, 1 (a partir da trad. Rousseau, Cerf 1984, p. 370 rev. ; cf SC 34, p. 339)
O sinal de Jonas
Deus deu provas de paciência perante a fraqueza do homem, porque conhecia antecipadamente a vitória que lhe daria pelo Seu Verbo; pois, quando o poder se revelou na fraqueza (II Cor 12, 9), o Verbo deu a conhecer a bondade de Deus e o Seu poder magnífico. 
Com efeito, aconteceu ao homem o mesmo que ao profeta Jonas. Deus não permitiu que este fosse engolido por um monstro marinho para que desaparecesse e perecesse por completo, mas para que, depois de ter sido rejeitado pelo monstro, se mostrasse mais submisso a Deus e glorificasse mais Aquele que o tinha salvado de forma inesperada. Foi também para conduzir os ninivitas a um firme arrependimento e à conversão Àquele que os livraria da morte, impressionados que ficaram pelo sinal que se tinha realizado em Jonas. [...] Da mesma maneira, no princípio, Deus não permitiu que o homem fosse engolido pelo grande monstro, autor da desobediência, para que desaparecesse e perecesse por completo, mas porque tinha antecipadamente preparado a salvação realizada pelo Seu Verbo, por meio do «sinal de Jonas». Salvação que foi preparada para aqueles que tiverem por Deus os mesmos sentimentos que Jonas e que como ele Lhe confessarem: «Adoro o Senhor, Deus do céu, que fez os mares e a terra» (Jon 1, 9).
Deus quis que o homem, Dele recebendo inesperadamente a salvação, ressuscite de entre os mortos e glorifique a Deus, dizendo com Jonas: «Na minha aflição invoquei o Senhor e Ele ouviu-me. Clamei a Vós do meio da morada dos mortos e ouvistes a minha voz» (Jon 2, 3). Deus quis que o homem continuasse fielmente a glorificá-Lo e a dar-Lhe graças sem cessar pela salvação que Dele recebeu.

Fontes:
http://www.evangelhoquotidiano.org/main.php?language=PT&module=readings&localdate=20100224
http://www.evangelhoquotidiano.org/main.php?language=PT&module=commentary&localdate=20100224

23 de Fevereiro de 2010 - Terça-feira da 1ª Semana da Quaresma

 Isaías 55, 10-11
Assim como a chuva e a neve descem do céu, e não voltam mais para lá, senão depois de empapar a terra, de a fecundar e fazer germinar, para que dê semente ao semeador e pão para comer, o mesmo sucede à palavra que sai da minha boca: não voltará para mim vazia, sem ter realizado a minha vontade e sem cumprir a sua missão. 

Salmos 34 (33), 4-5.6-7.16-17.18-19
Enaltecei comigo o SENHOR; exaltemos juntos o seu nome.
Procurei o SENHOR e Ele respondeu me, livrou me de todos os meus temores.
Aqueles que o contemplam ficam radiantes, não ficarão de semblante abatido.
Quando um pobre invoca o SENHOR, Ele atende o e liberta o das suas angústias.
Os olhos do SENHOR estão voltados para os justos e os seus ouvidos estão atentos ao seu clamor.
A ira do SENHOR volta se contra os malfeitores, para apagar da terra a sua memória.
Os justos clamaram e o SENHOR atendeu os e livrou os das suas angústias.
O SENHOR está perto dos corações contritos e salva os espíritos abatidos.

Evangelho segundo São Mateus 6, 7-15
«Nas vossas orações, não sejais como os gentios, que usam de vãs repetições, porque pensam que, por muito falarem, serão atendidos. Não façais como eles, porque o vosso Pai celeste sabe do que necessitais antes de vós lho pedirdes. 
Rezai, pois, assim:'Pai nosso, que estás no Céu, santificado seja o teu nome, venha o teu Reino; faça-se a tua vontade, como no Céu, assim também na terra. Dá-nos hoje o nosso pão de cada dia; perdoa as nossas ofensas, como nós perdoamos a quem nos tem ofendido; e não nos deixes cair em tentação, mas livra-nos do Mal.’ 
Porque, se perdoardes aos homens as suas ofensas, também o vosso Pai celeste vos perdoará a vós. Se, porém, não perdoardes aos homens as suas ofensas, também o vosso Pai vos não perdoará as vossas.» 

 Comentário ao Evangelho do dia, por
Santa Teresa Benedita da Cruz |Edith Stein| (1891-1942),
carmelita, mártir, co-padroeira da Europa 
A oração da Igreja (a partir da (trad. Source cachée, Cerf 1999, p. 60)
O Pai Nosso e a Eucaristia
Tudo aquilo de que precisamos para sermos recebidos na comunhão dos espíritos bem-aventurados está resumido nas sete petições do Pai Nosso, que o Senhor rezou, não em Seu nome, mas para nos servir de exemplo. Recitamo-lo antes da sagrada comunhão e, sempre que o rezamos com toda a sinceridade e de todo o coração, e que recebemos a sagrada comunhão com as disposições de uma alma reta, obtemos a realização de todos os nossos pedidos.
Esta comunhão livra-nos do mal porque nos purifica de todas as ofensas cometidas, e nos dá aquela paz do coração que suprime o aguilhão de todos os outros males. Traz-nos o perdão dos pecados cometidos e torna-nos firmes na resistência à tentação. É em si mesma o pão da vida, de que precisamos diariamente para crescer, até à nossa entrada na vida eterna. Faz da nossa vontade um instrumento dócil da vontade de Deus. E, desse modo, coloca em nós os fundamentos do Reino de Deus e purifica os nossos lábios e o nosso coração, para que possamos glorificar o santo Nome de Deus.

Fontes:
http://www.evangelhoquotidiano.org/main.php?language=PT&module=readings&localdate=20100223
http://www.evangelhoquotidiano.org/main.php?language=PT&module=commentary&localdate=20100223