terça-feira, 31 de agosto de 2010

2 de Setembro de 2010 – Quinta-feira da 22ª Semana do Tempo Comum

I Coríntios 3, 18-23
Ninguém se engane a si mesmo: se algum de entre vós se julga sábio à maneira deste mundo, torne-se louco para ser sábio. Porque a sabedoria deste mundo é loucura diante de Deus. Com efeito, está escrito: Ele apanha os sábios na sua própria astúcia. E ainda: O Senhor conhece os pensamentos dos sábios e sabe que são fúteis.
Portanto, ninguém se glorie nos homens, pois tudo é vosso: Paulo, Apolo, Cefas, o mundo, a vida, a morte, o presente ou o futuro. Tudo é vosso. Mas vós sois de Cristo e Cristo é de Deus.

Salmos 24 (23), 1-6
Ao SENHOR pertence a terra e o que nela existe,
o mundo inteiro e os que nele habitam;
pois Ele a fundou sobre os mares
e a consolidou sobre os abismos.
Quem poderá subir à montanha do SENHOR
e apresentar-se no seu santuário?
O que tem as mãos inocentes e o coração limpo,
o que não ergue o espírito para as coisas vãs,
nem jura pelo que é falso.
Este há de receber a bênção do SENHOR
e a recompensa de Deus, seu salvador.
Esta é a geração dos que o procuram,
dos que buscam a face do Deus de Jacó.

Evangelho segundo São Lucas 5, 1-11
Encontrando-se junto do lago de Genesaré, e comprimindo-se à volta dele a multidão para escutar a palavra de Deus, Jesus viu dois barcos que se encontravam junto do lago. Os pescadores tinham descido deles e lavavam as redes. Entrou num dos barcos, que era de Simão, pediu-lhe que se afastasse um pouco da terra e, sentando-se, dali se pôs a ensinar a multidão.
Quando acabou de falar, disse a Simão: «Faz-te ao largo; e vós, lançai as redes para a pesca.» Simão respondeu: «Mestre, trabalhamos durante toda a noite e nada apanhamos; mas, porque Tu o dizes, lançarei as redes.» Assim fizeram e apanharam uma grande quantidade de peixe. As redes estavam a romper-se, e eles fizeram sinal aos companheiros que estavam no outro barco, para que os viessem ajudar. Vieram e encheram os dois barcos, a ponto de se irem afundando.
Ao ver isto, Simão Pedro caiu aos pés de Jesus, dizendo: «Afasta-te de mim, Senhor, porque sou um homem pecador.» Ele e todos os que com ele estavam encheram-se de espanto por causa da pesca que tinham feito; o mesmo acontecera a Tiago e a João, filhos de Zebedeu e companheiros de Simão. Jesus disse a Simão: «Não tenhas receio; de futuro, serás pescador de homens.» E, depois de terem reconduzido os barcos para terra, deixaram tudo e seguiram Jesus.

Comentário ao Evangelho do dia feito por
Ludolfo de Saxe (c. 1300-1378), 
dominicano e depois cartuxo em Estrasburgo
A vida de Jesus Cristo, I, cap. 29, 9-11 (a partir da trad. Orval)
«Não tenhas receio; 
doravante, serás pescador de homens»
Pedro lançou-se com humildade aos pés de Jesus. Reconhece n'Ele o seu Senhor e diz-Lhe: «Afasta-Te de mim, Senhor, porque sou um homem pecador e não sou digno de estar na Tua presença. Afasta-Te de mim, porque sou apenas um homem e Tu és o Homem-Deus, sou pecador e Tu és santo, sou um servo e Tu és o Senhor. Que uma distância Te separe de mm, que estou separado de Ti pela fragilidade da minha natureza, a fealdade dos meus pecados e a fraqueza da minha vontade. [...]»
Mas o Senhor consola Pedro mostrando-lhe que a captura dos peixes significa que ele será pescador de homens. «Não temas, diz-lhe, não te assustes; crê e regozija-te, pois estás destinado a uma pesca muito maior; ser-te-ão dados outro barco e outras redes. Até agora tens pescado peixes com redes, doravante será pela palavra que pescarás homens. Através da santa doutrina atraí-los-ás para o caminho da salvação, pois foste chamado ao serviço da pregação. A palavra de Deus é semelhante ao anzol do pescador. Do mesmo modo que o anzol só pesca o peixe depois de lhe ter tocado, também a palavra de Deus só prende o homem para a vida eterna depois de lhe ter penetrado no espírito. Doravante serás pescador de homens. Doravante significa que, depois do que se passou, depois de teres dado provas de humildade, serás encarregado de pescar homens; pois a humildade possui um poder de atração e, para alguém dirigir os outros, é bom que não saiba não enaltecer o poder que lhe foi dado.»

Fontes:
http://www.levangileauquotidien.org/main.php?language=PT&module=readings&localdate=20100902
http://www.evangelhoquotidiano.org/main.php?language=PT&module=commentary&localdate=20100902

1º de Setembro de 2010 – Quarta-feira da 22ª Semana do Tempo Comum

I Coríntios 3, 1-9
Quanto a mim, irmãos, não pude falar-vos como a simples homens espirituais, mas como a homens carnais, como a criancinhas em Cristo. Foi leite que vos dei a beber e não alimento sólido, que ainda não podíeis suportar. Nem mesmo agora podeis, visto que sois ainda carnais.
Pois se há entre vós rivalidades e contendas, não é porque sois carnais e procedeis de modo meramente humano? Quando um diz: «Eu sou de Paulo»; e outro: «Eu sou de Apolo», não estais a proceder como simples homens? Pois quem é Apolo? Quem é Paulo? Simples servos, por cujo intermédio abraçastes a fé, e cada um atuou segundo a medida que o Senhor lhe concedeu. Eu plantei, Apolo regou, mas foi Deus quem deu o crescimento.
Assim, nem o que planta nem o que rega é alguma coisa, mas só Deus, que faz crescer. Tanto o que planta como o que rega formam um só, e cada um receberá a recompensa, conforme o seu próprio trabalho. Pois nós somos cooperadores de Deus, e vós sois o seu terreno de cultivo, o edifício de Deus.

Salmos 33 (32), 12-15.20-21
Feliz a nação cujo Deus é o SENHOR,
o povo que Ele escolheu para sua herança.
Do céu, o SENHOR contempla
e vê toda a humanidade;
do trono em que está sentado
observa todos os habitantes da terra.
Ele formou o coração de cada homem
e discerne todas as suas obras.
A nossa alma espera no SENHOR;
Ele é o nosso amparo e o nosso escudo.
Nele se alegra o nosso coração
e em seu nome santo confiamos.


Evangelho segundo São Lucas 4, 38-44
Deixando a sinagoga, Jesus entrou em casa de Simão. A sogra de Simão estava com muita febre, e intercederam junto dele em seu favor. Inclinando-se sobre ela, ordenou à febre e esta deixou-a; erguendo-se, ela começou imediatamente a servi-los.
Ao pôr-do-sol, todos quantos tinham doentes, com diversas enfermidades, levavam-lhos; e Ele, impondo as mãos a cada um deles, curava-os. Também de muitos saíam demônios, que gritavam e diziam: «Tu és o Filho de Deus!» Mas Ele repreendia-os e não os deixava falar, porque sabiam que Ele era o Messias.
Ao romper do dia, saiu e retirou-se para um lugar solitário. As multidões procuravam-no e, ao chegarem junto dele, tentavam retê-lo, para que não se afastasse delas. Mas Ele disse-lhes: «Tenho de anunciar a Boa-Nova do Reino de Deus também às outras cidades, pois para isso é que fui enviado.» E pregava nas sinagogas da Judéia.

Comentário ao Evangelho do dia feito por
Cardeal Joseph Ratzinger (Papa Bento XVI)
Retiro pregado no Vaticano, 1983 (a partir da trad. Le Ressuscité, DDB 1986, p.10)
«Retirou-Se para um lugar solitário.»
O deserto é o lugar do silêncio e da solidão, onde a pessoa se distancia do quotidiano, onde escapa ao ruído e à superficialidade. O deserto é o lugar do absoluto, o lugar da liberdade, onde o homem se confronta com as suas necessidades mais radicais. Não foi por acaso que o monoteísmo nasceu no deserto. Neste sentido, trata-se do domínio da graça; vazio de preocupações, é no deserto que o homem encontra Deus.
As grandes coisas começam no deserto, no silêncio, na pobreza. Nem sequer poderíamos participar na missão do Evangelho sem entrarmos nesta experiência do deserto, do seu despojamento, da sua fome; a fome bem-aventurada de que o Senhor fala no Sermão da Montanha (Mt 5, 6) não nasce da saciedade dos fartos.
E não esqueçamos que o deserto de Jesus não termina com os quarenta dias que se seguiram ao batismo. O Seu último deserto será o do Salmo 21: «Meu Deus, meu Deus, por que Me abandonaste?» Será deste deserto que brotarão as águas da vida do mundo.

Fontes:
http://www.evangelhoquotidiano.org/main.php?language=PT&module=commentary&localdate=20100901

31 de Agosto de 2010 – Terça-feira da 22ª Semana do Tempo Comum

I Coríntios 2, 10-16
A nós, porém, Deus o revelou por meio do Espírito. Pois o Espírito tudo penetra, até as profundidades de Deus. Quem, de entre os homens, conhece o que há no homem, senão o espírito do homem que nele habita? Assim também, as coisas que são de Deus, ninguém as conhece, a não ser o Espírito de Deus.
Quanto a nós, não recebemos o espírito do mundo, mas o Espírito que vem de Deus, para podermos conhecer os dons da graça de Deus. E deles não falamos com palavras que a sabedoria humana ensina, mas com as que o Espírito inspira, falando de realidades espirituais em termos espirituais. O homem terreno não aceita o que vem do Espírito de Deus, pois é uma loucura para ele. Não o pode compreender, pois só de modo espiritual pode ser avaliado.
Pelo contrário, o homem espiritual julga todas as coisas e a ele ninguém o pode julgar. Pois quem conheceu o pensamento do Senhor, para poder instruí-lo? Mas nós temos o pensamento de Cristo.

Salmos 145 (144), 8-14
SENHOR é clemente e compassivo,
é paciente e misericordioso.
SENHOR é bom para com todos;
a sua ternura repassa todas as suas obras.
Louvem-te, SENHOR, todas as tuas criaturas;
todos os teus fiéis te bendigam.
Dêem a conhecer a glória do teu reino
e anunciem os teus feitos poderosos,
para mostrar aos homens as tuas proezas
e o esplendor glorioso do teu reino.
teu reino é um reino para toda a eternidade
e o teu domínio estende-se por todas as gerações.
O SENHOR ergue todos os que caem
e reanima todos os abatidos.

Evangelho segundo São Lucas 4, 31-37
Desceu, depois, a Cafarnaum, cidade da Galiléia, e a todos ensinava ao sábado. E estavam maravilhados com o seu ensino, porque falava com autoridade.
Encontrava-se na sinagoga um homem que tinha um espírito demoníaco, o qual se pôs a bradar em alta voz: «Ah! Que tens que ver conosco, Jesus de Nazaré? Vieste para nos arruinar? Sei quem Tu és: o Santo de Deus!» Jesus ordenou-lhe: «Cala-te e sai desse homem!» O demônio, arremessando o homem para o meio da assistência, saiu dele sem lhe fazer mal algum.
Dominados pelo espanto, diziam uns aos outros: «Que palavra é esta? Ordena com autoridade e poder aos espíritos malignos, e eles saem!» A sua fama espalhou-se por todos os lugares daquela região.

Comentário ao Evangelho do dia feito por
São [Padre] Pio de Pietrelcina (1887-1968), capuchinho
Ep 3, 626 e 570; CE 34 (a partir da trad. Une pensée, Mediaspaul 1991, p. 40)
«Sai desse homem!»
Não te assustes com as tentações; através delas, Deus quer provar e fortificar a tua alma, dando-lhe ao mesmo tempo a força de vencê-las. Até agora, a tua vida foi a de uma criança; doravante, o Senhor quer tratar-te como adulto. Ora as provas do adulto são bem superiores às da criança, e é isso que explica por que razão ficas inicialmente perturbada. Mas a vida da tua alma reencontrará rapidamente a calma, ela não tardará. Tem paciência, e tudo melhorará.
Portanto, abandona estas vãs apreensões. Lembra-te de que não é a sugestão do maligno que faz a falta, mas antes o consentimento dado a essas sugestões. Só uma vontade livre é capaz do bem e do mal. Mas, quando a vontade geme sob a prova infligida pelo Tentador, e quando não quer o que lhe é proposto, nem falta é, mas sim virtude.
Guarda-te de cair na agitação, lutando contra as tentações, porque isso apenas as fortificará. É necessário tratá-las com desprezo, sem te preocupares com elas. Volta o teu pensamento para Jesus crucificado, para o Seu corpo depositado nos teus braços e diz: «Eis a minha esperança, a fonte da minha alegria! Uno-me a Ti com todo o meu ser, e não Te soltarei antes de me pores em segurança».

Fontes:

domingo, 29 de agosto de 2010

30 de Agosto de 2010 – Segunda-feira da 22ª Semana do Tempo Comum

I Coríntios 2, 1-5
Eu mesmo, quando fui ter convosco, irmãos, não me apresentei com o prestígio da linguagem ou da sabedoria, para vos anunciar o mistério de Deus. Julguei não dever saber outra coisa entre vós a não ser Jesus Cristo, e este, crucificado. Estive no meio de vós cheio de fraqueza, de receio e de grande temor.
A minha palavra e a minha pregação nada tinham dos argumentos persuasivos da sabedoria humana, mas eram uma demonstração do poder do Espírito, para que a vossa fé não se baseasse na sabedoria dos homens, mas no poder de Deus.

Salmos 119, 97-102
Quanto amo, SENHOR, a tua lei!
Nela medito todos os dias.
Fizeste-me mais sábio do que os meus inimigos,
porque os teus mandamentos estão sempre comigo.
Tornei-me mais sábio do que todos os mestres,
porque medito sempre nos teus preceitos.
Entendo mais do que os anciãos,
porque cumpro as tuas instruções.
Desviei os meus pés de todo o mau caminho
para obedecer às tuas palavras.
Não me tenho desviado das tuas sentenças,
pois és Tu quem me ensina.

Evangelho segundo São Lucas 4, 16-30
Veio a Nazaré, onde tinha sido criado. Segundo o seu costume, entrou em dia de sábado na sinagoga e levantou-se para ler. Entregaram-lhe o livro do profeta Isaías e, desenrolando-o, deparou com a passagem em que está escrito:
«O Espírito do Senhor está sobre mim, porque me ungiu para anunciar a Boa-Nova aos pobres; enviou-me a proclamar a libertação aos cativos e, aos cegos, a recuperação da vista; a mandar em liberdade os oprimidos, a proclamar um ano favorável da parte do Senhor.»
Depois, enrolou o livro, entregou-o ao responsável e sentou-se. Todos os que estavam na sinagoga tinham os olhos fixos nele. Começou, então, a dizer-lhes: «Cumpriu-se hoje esta passagem da Escritura, que acabais de ouvir.»
Todos davam testemunho em seu favor e se admiravam com as palavras repletas de graça que saíam da sua boca. Diziam: «Não é este o filho de José?» Disse-lhes, então: «Certamente, ides citar-me o provérbio: 'Médico, cura-te a ti mesmo.' Tudo o que ouvimos dizer que fizeste em Cafarnaúm, fá-lo também aqui na tua terra.» Acrescentou, depois: «Em verdade vos digo: Nenhum profeta é bem recebido na sua pátria. Posso assegurar-vos, também, que havia muitas viúvas em Israel no tempo de Elias, quando o céu se fechou durante três anos e seis meses e houve uma grande fome em toda a terra; contudo, Elias não foi enviado a nenhuma delas, mas sim a uma viúva que vivia em Sarepta de Sídon. Havia muitos leprosos em Israel, no tempo do profeta Eliseu, mas nenhum deles foi purificado senão o sírio Naaman.» Ao ouvirem estas palavras, todos, na sinagoga, se encheram de furor. E, erguendo-se, lançaram-no fora da cidade e levaram-no ao cimo do monte sobre o qual a cidade estava edificada, a fim de o precipitarem dali abaixo. Mas, passando pelo meio deles, Jesus seguiu-o seu caminho.
 Comentário ao Evangelho do dia, por 
João Paulo II Carta apostólica «Novo Millenio Inuente»,
§ 4 (trad. © Libreria Editrice Vaticana)
«Cumpriu-se hoje»
«Graças Te damos, Senhor, Deus Todo-poderoso» (Ap 11, 17). [...] Penso, antes de mais, na dimensão do louvor. Realmente é daqui que parte toda a autêntica resposta de fé à revelação de Deus em Cristo. O cristianismo é graça, é a surpresa de um Deus que, não satisfeito com criar o mundo e o homem, saiu ao encontro da Sua criatura e, depois de ter falado muitas vezes e de diversos modos pelos profetas, «falou-nos agora, nestes últimos tempos, pelo Filho» (Hb 1, 1-2).
Agora! Sim, o Jubileu fez-nos sentir que passaram dois mil anos de história sem se atenuar a pujança daquele «hoje» referido pelos anjos quando anunciaram aos pastores o acontecimento maravilhoso do nascimento de Jesus em Belém: «Hoje, na cidade de Davi, nasceu-vos um Salvador, que é o Messias, Senhor» (Lc 2, 11). Passaram dois mil anos, mas permanece viva como nunca a proclamação que Jesus fez da Sua missão aos conterrâneos na sinagoga de Nazaré, deixando-os atônitos ao aplicar a Si próprio a profecia de Isaías: «Cumpriu-se hoje esta passagem da Escritura, que acabais de ouvir» (Lc 4, 21). Passaram dois mil anos, mas volta sempre, cheio de consolação para os pecadores necessitados de misericórdia — e quem não o é? –, aquele «hoje» da salvação que, na Cruz, abriu as portas do Reino de Deus ao ladrão arrependido: «Em verdade te digo: hoje estarás Comigo no Paraíso» (Lc 23, 43).

Fontes:
http://www.evangelhoquotidiano.org/main.php?language=PT&module=commentary&localdate=20100830

29 de Agosto de 2010 – 22º Domingo do Tempo Comum – Ano C

Eclesiástico 3, 19-21.30-31
Muitos são os homens altivos e soberbos, mas é aos humildes que Deus revela os seus segredos. Pois é grande o poder do Senhor, mas é pelos humildes que Ele é glorificado. Não procures o que excede a tua capacidade, nem tentes penetrar o que está acima das tuas forças. A água apaga o fogo ardente, e a esmola expia o pecado. Quem retribui com favores prepara o seu futuro; achará amparo, no dia da sua infelicidade.

Salmos 68 (67), 4-7.10-11
Os justos, porém, exultam e se rejubilam
em sua presença, e transbordam de alegria.
Cantai à glória de Deus, cantai um cântico ao seu nome,
abri caminho para o que em seu carro avança pelo deserto.
Senhor é o seu nome, exultai em sua presença.
É o pai dos órfãos e o protetor das viúvas,
esse Deus que habita num templo santo.
Aos abandonados Deus preparou uma casa,
conduz os cativos à liberdade e ao bem-estar;
só os rebeldes ficam num deserto ardente.
Sobre vossa herança fizestes cair generosa chuva,
e restaurastes suas forças fatigadas.
Vosso rebanho fixou habitação numa terra
que vossa bondade, ó Deus, lhe havia preparado.

Hebreus 12, 18-19.22-24
Na verdade, não vos aproximastes de uma realidade palpável, de fogo ardente, das trevas, da obscuridade ou da tempestade, nem do som da trombeta ou do ruído das palavras, cujos ouvintes pediam que não se lhes falasse mais.
Vós, porém, vos aproximastes do monte Sião e da cidade do Deus vivo, da Jerusalém celeste, de miríades de anjos, da reunião festiva, da assembléia dos primogênitos inscritos nos céus, do juiz que é o Deus de todos, dos espíritos dos justos que atingiram a perfeição, de Jesus, o Mediador da Nova Aliança, e de um sangue de aspersão que fala melhor que o de Abel.
 Evangelho segundo São Lucas 14, 1.7-14
Tendo entrado, a um sábado, em casa de um dos principais fariseus para comer uma refeição, todos o observavam.
Observando como os convidados escolhiam os primeiros lugares, disse-lhes esta parábola:
«Quando fores convidado para um banquete, não ocupes o primeiro lugar; não suceda que tenha sido convidado alguém mais digno do que tu, venha o que vos convidou, a ti e ao outro, e te diga: 'Cede o teu lugar a este.' Ficarias envergonhado e passarias a ocupar o último lugar.
Mas, quando fores convidado, senta-te no último lugar; e assim, quando vier o que te convidou, há de dizer-te: 'Amigo, vem mais para cima.' Então, isto será uma honra para ti, aos olhos de todos os que estiverem contigo à mesa.
Porque todo aquele que se exalta será humilhado, e o que se humilha será exaltado.» Disse, depois, a quem o tinha convidado: «Quando deres um almoço ou um jantar, não convides os teus amigos, nem os teus irmãos, nem os teus parentes, nem os teus vizinhos ricos; não vão eles também convidar-te, por sua vez, e assim retribuir-te. Quando deres um banquete, convida os pobres, os aleijados, os coxos e os cegos. E serás feliz por eles não terem com que te retribuir; ser-te-á retribuído na ressurreição dos justos.»

Comentário ao Evangelho do dia feito por
Beato Charles de Foucauld (1858-1916),
eremita e missionário no Saara Retiro, Terra Santa, Quaresma de 1898
Seguir Cristo servo no último lugar
[Cristo:] Vede [a Minha] devoção para com os homens, e refleti sobre qual deve ser a vossa. Vede esta humildade para bem do homem, e aprendei a baixar-se para fazer o bem [...], a fazer-vos pequenos para ganhar os outros, a não temer descer, perder os vossos direitos quando se trata de fazer o bem, a não crer que, descendo, ficareis impossibilitados de fazer o bem. Pelo contrário, abaixando-vos, imitais-Me; abaixando-vos, empregais, por amor aos homens, o meio que Eu próprio utilizei; abaixando-vos, andais no Meu caminho, e conseqüentemente na verdade; e permanecer nele é o melhor lugar para se ter vida, e para a dar aos outros. [...] Pela Minha Encarnação coloquei-Me ao nível das criaturas, dos pecadores; [...] pelo Meu batismo: abaixamento, humildade. [...] Abaixai-vos sempre, humilhai-vos sempre.
Aqueles que são os primeiros ocupam sempre, pela humildade e pela disposição de espírito, o último lugar, num sentimento de abaixamento e de serviço. Amor pelos homens, humildade, último lugar, no último lugar enquanto a vontade divina não vos chamar para outro, porque então é necessário obedecer. Antes de tudo, a obediência, a conformidade com a vontade de Deus. Primeiramente, estai no último lugar pelo espírito, pela humildade; ocupai-o com espírito de serviço, considerando que estais apenas para servir os outros e conduzi-los à salvação.

Fontes:
http://www.evangelhoquotidiano.org/main.php?language=PT&module=readings&localdate=20100829

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

28 de Agosto de 2010 – Sábado da 21ª Semana do Tempo Comum

I Coríntios 1, 26-31
Considerai, pois, irmãos, a vossa vocação: humanamente falando, não há entre vós muitos sábios, nem muitos poderosos, nem muitos nobres. Mas o que há de louco no mundo é que Deus escolheu para confundir os sábios; e o que há de fraco no mundo é que Deus escolheu para confundir o que é forte.
O que o mundo considera vil e desprezível é que Deus escolheu; escolheu os que nada são, para reduzir a nada aqueles que são alguma coisa. Assim, ninguém se pode vangloriar diante de Deus.
É por Ele que vós estais em Cristo Jesus, que se tornou para nós sabedoria que vem de Deus, justiça, santificação e redenção, a fim de que, como diz a Escritura, aquele que se gloria, glorie-se no Senhor.

Salmos 33 (32), 12-13.18-21
Feliz a nação cujo Deus é o SENHOR,
o povo que Ele escolheu para sua herança.
Do céu, o SENHOR contempla
e vê toda a humanidade;
Os olhos do SENHOR velam pelos seus fiéis,
por aqueles que esperam na sua bondade,
para os libertar da morte
e os manter vivos no tempo da fome.
A nossa alma espera no SENHOR;
Ele é o nosso amparo e o nosso escudo.
Nele se alegra o nosso coração
e em seu nome santo confiamos.
Evangelho segundo São Mateus 25, 14-30
«Será também como um homem que, ao partir para fora, chamou os servos e confiou-lhes os seus bens. A um deu cinco talentos, a outro dois e a outro um, a cada qual conforme a sua capacidade; e depois partiu. Aquele que recebeu cinco talentos negociou com eles e ganhou outros cinco. Da mesma forma, aquele que recebeu dois ganhou outros dois. Mas aquele que apenas recebeu um foi fazer um buraco na terra e escondeu o dinheiro do seu senhor.
Passado muito tempo, voltou o senhor daqueles servos e pediu-lhes contas. Aquele que tinha recebido cinco talentos aproximou-se e entregou-lhe outros cinco, dizendo: 'Senhor, confiaste-me cinco talentos; aqui estão outros cinco que eu ganhei.’ O senhor disse-lhe: 'Muito bem, servo bom e fiel, foste fiel em coisas de pouca monta, muito te confiarei. Entra no gozo do teu senhor.’
Veio, em seguida, o que tinha recebido dois talentos: 'Senhor, disse ele, confiaste-me dois talentos; aqui estão outros dois que eu ganhei.’ O senhor disse-lhe: 'Muito bem, servo bom e fiel, foste fiel em coisas de pouca monta, muito te confiarei. Entra no gozo do teu senhor.’
Veio, finalmente, o que tinha recebido um só talento: 'Senhor, disse ele, sempre te conheci como homem duro, que ceifas onde não semeaste e recolhes onde não espalhaste. Por isso, com medo, fui esconder o teu talento na terra. Aqui está o que te pertence.’ O senhor respondeu-lhe: 'Servo mau e preguiçoso! Sabias que eu ceifo onde não semeei e recolho onde não espalhei. Pois bem, devias ter levado o meu dinheiro aos banqueiros e, no meu regresso, teria levantado o meu dinheiro com juros.’ Tirai-lhe, pois, o talento, e dai-o ao que tem dez talentos. Porque ao que tem será dado e terá em abundância; mas, ao que não tem, até o que tem lhe será tirado. A esse servo inútil, lançai-o nas trevas exteriores; ali haverá choro e ranger de dentes.’»

Comentário ao Evangelho do dia feito por
Concílio Vaticano II
Constituição dogmática sobre a Igreja no mundo contemporâneo: «Gaudium et Spes», §§ 33-35
«Senhor, confiaste-me cinco talentos; aqui estão outros cinco que eu ganhei.»
Muitas são as questões que se levantam entre os homens, perante este imenso empreendimento [econômico e produtivo], que já atingiu o inteiro gênero humano. Qual o sentido e valor desta atividade? Como se devem usar estes bens? Para que fim tendem os esforços dos indivíduos e das sociedades? [...]
Uma coisa é certa para os crentes: a atividade humana individual e coletiva, aquele imenso esforço com que os homens, no decurso dos séculos, tentaram melhorar as condições de vida, corresponde à vontade de Deus. Pois o homem, criado à imagem de Deus, recebeu o mandamento de dominar a terra com tudo o que ela contém e governar o mundo na justiça e na santidade e, reconhecendo Deus como Criador universal, orientar-se a si e ao universo para Ele; de maneira que, estando todas as coisas sujeitas ao homem, seja glorificado em toda a terra o nome de Deus. [...]
Mas, quanto mais aumenta o poder dos homens, tanto mais cresce a sua responsabilidade, pessoal e comunitária. Vê-se, portanto, que a mensagem cristã não afasta os homens da tarefa de construir o mundo, nem os leva a desatender o bem dos seus semelhantes, mas que, antes, os obriga ainda mais a realizar essas atividades.

Fontes: