segunda-feira, 26 de abril de 2010

26 de Abril de 2010 - Segunda-feira da 4ª Semana da Páscoa

Atos dos Apóstolos 11, 1-18
Os Apóstolos e os irmãos da Judéia ouviram, entretanto, dizer que também os pagãos tinham recebido a palavra de Deus. E, quando Pedro subiu a Jerusalém, os circuncisos começaram a censurá-lo, dizendo-lhe: «Tu entraste em casa de incircuncisos e comeste com eles.» 
Pedro expôs-lhes, então, o caso, do princípio ao fim, dizendo: «Estava eu em oração na cidade de Jope quando, em êxtase, tive uma visão: um objeto semelhante a uma grande toalha, descia do céu, preso pelas quatro pontas, e chegou até junto de mim. Fitando os olhos nele, pus-me a observar e vi os quadrúpedes da terra, os animais ferozes, os répteis e as aves do céu.
Ouvi também uma voz que me dizia: ‘Vamos, Pedro, mata e come.’ Mas eu respondi: ‘De modo algum, Senhor! Nunca entrou na minha boca nada de profano ou impuro!’ A voz fez-se ouvir do Céu, pela segunda vez: ‘O que Deus purificou não o consideres tu impuro.’ Isto repetiu-se três vezes; depois, tudo foi novamente elevado ao Céu. 
Nesse instante, apresentaram-se três homens na casa em que estávamos, enviados de Cesaréia à minha presença. O Espírito disse-me que os acompanhasse, sem hesitar. Vieram também comigo os seis irmãos, aqui presentes, e entramos em casa do homem. 
Ele nos contou que tinha visto um anjo apresentar-se em sua casa, dizendo-lhe: ‘Envia alguém a Jope e manda chamar Simão, cujo sobrenome é Pedro; ele te dirá palavras que te hão de trazer a salvação, a ti e a toda a tua casa.’ 
Ora, quando principiei a falar, o Espírito Santo desceu sobre eles, como sobre nós, ao princípio. Recordei-me, então, da palavra do Senhor, quando Ele dizia: ‘João batizou em água; vós, porém, sereis batizados no Espírito Santo.’ Se Deus, portanto, lhes concedeu o mesmo dom que a nós, por terem acreditado no Senhor Jesus Cristo, quem era eu para me opor a Deus?» 
Estas palavras apaziguaram-nos, e eles deram glória a Deus, dizendo: «Deus também concedeu aos pagãos o arrependimento que conduz à Vida!» 

Salmos 42 (41), 2-3.43 (42), 3-4
Como suspira a corça pelas águas correntes,
assim a minha alma suspira por ti, ó Deus.
A minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo!
Quando poderei contemplar a face de Deus?
Envia a tua luz e a tua verdade, para que elas me guiem
e conduzam à tua montanha santa, à tua morada.
Eu irei ao altar de Deus, ao Deus que é a alegria da minha vida.
Ao som da harpa te louvarei, ó Deus, meu Deus.

Evangelho segundo São João 10, 1-10
 «Em verdade, em verdade vos digo: quem não entra pela porta no redil das ovelhas, mas sobe por outro lado, é um ladrão e salteador. Aquele que entra pela porta é o pastor das ovelhas. A esse o porteiro abre-a e as ovelhas escutam a sua voz. E ele chama as suas ovelhas uma a uma pelos seus nomes e as faz sair. Depois de tirar todas as que são suas, vai à frente delas, e as ovelhas seguem-no, porque reconhecem a sua voz. Mas, a um estranho, jamais o seguiriam; pelo contrário, fugiriam dele, porque não reconhecem a voz dos estranhos.»
Jesus propôs-lhes esta comparação, mas eles não compreenderam o que lhes dizia. Então, Jesus retomou a palavra: «Em verdade, em verdade vos digo: Eu sou a porta das ovelhas. Todos os que vieram antes de mim eram ladrões e salteadores, mas as ovelhas não lhes prestaram atenção. Eu sou a porta. Se alguém entrar por mim estará salvo; há de entrar e sair e achará pastagem. O ladrão não vem senão para roubar, matar e destruir. Eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância.» 

Comentário ao Evangelho do dia feito por 
São Tomás de Aquino (1225-1274),
teólogo dominicano, Doutor da Igreja 
Comentário ao Evangelho de João, 10, 3 
(a partir da trad. Orval)
O Bom Pastor e a porta das ovelhas
Jesus disse: «Eu sou o Bom Pastor.» E é evidente que o título de pastor convém a Cristo porque, assim como o pastor leva o rebanho a pastar, assim também Cristo restaura os fiéis através do alimento espiritual que é o Seu próprio Corpo e o Seu próprio Sangue.
Para se distinguir do mau pastor e do ladrão, Jesus precisa que é o «bom pastor». É bom porque defende o rebanho com a dedicação com que o bom soldado defende a sua pátria. Por outro lado, Cristo afirmou que o pastor entra pela porta e que Ele é essa porta. Assim, pois quando aqui afirma ser o Pastor, temos de compreender que é Ele que entra e que entra por Si mesmo. E é bem verdade, porque Ele afirma que conhece o Pai por Si mesmo, enquanto nós entramos por meio Dele e é Ele que nos dá a felicidade. Reparemos bem que não há outro que seja a porta, porque mais ninguém é a luz, a não ser por participação. João Baptista não era a luz, antes tinha vindo para dar testemunho da luz (Jo 1, 8). Mas Cristo «era a luz que ilumina todo o homem» (v. 9). Ninguém pode, por conseguinte, dizer de si mesmo que é a porta, porque Cristo reservou para Si esse título.
Mas o título de pastor, esse o comunicou a outros, deu-o a alguns dos Seus membros. Com efeito, também Pedro o foi, e os outros apóstolos, e também o são todos os bispos. «Dar-vos-ei pastores segundo o Meu coração», diz Jeremias (3, 15). Ora, ainda que os chefes da Igreja - que são filhos da mesma Igreja - sejam todos pastores, Cristo afirma «Eu sou o Bom Pastor» para nos mostrar a singular força do Seu amor. Nenhum pastor será bom se não estiver unido a Cristo pela caridade, tornando-se assim membro do verdadeiro Pastor.

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