segunda-feira, 19 de abril de 2010

20 de Abril de 2010 – Terça-feira da 3ª Semana da Páscoa

Atos dos Apóstolos 7, 51-60; 8,1 
«Homens de cerviz dura, incircuncisos de coração e de ouvidos, sempre vos opondes ao Espírito Santo; como foram os vossos pais, assim sois vós também. 
Qual foi o profeta que os vossos pais não tenham perseguido? Mataram os que predisseram a vinda do Justo, a quem traístes e assassinastes, vós, que recebestes a Lei pelo ministério dos anjos, mas não a guardastes!» 
Ao ouvirem tais palavras, encheram-se intimamente de raiva e rangeram os dentes contra Estêvão. Mas este, cheio do Espírito Santo e de olhos fixos no Céu, viu a glória de Deus e Jesus de pé, à direita de Deus. «Olhai, disse ele, eu vejo o Céu aberto e o Filho do Homem de pé, à direita de Deus.» 
Eles, então, soltaram um grande grito e taparam os ouvidos; depois, à uma, atiraram-se a ele e, arrastando-o para fora da cidade, começaram a apedrejá-lo. As testemunhas depuseram as capas aos pés de um jovem chamado Saulo. 
E, enquanto o apedrejavam, Estêvão orava, dizendo: «Senhor Jesus, recebe o meu espírito.» Depois, posto de joelhos, bradou com voz forte: «Senhor, não lhes atribuas este pecado.» Dito isto, adormeceu. 
Saulo aprovava também essa morte. No mesmo dia, uma terrível perseguição caiu sobre a igreja de Jerusalém. À exceção dos Apóstolos, todos se dispersaram pelas terras da Judéia e da Samaria. 

Salmos 31 (30), 3-4.6.7.8.17.21
Inclina para mim os teus ouvidos; apressa-te a libertar-me.
Sê para mim uma rocha de refúgio, uma fortaleza que me salve.
Tu és o meu rochedo e a minha fortaleza;
por amor do teu nome, guia-me e conduz-me.
Nas tuas mãos entrego o meu espírito;
SENHOR, Deus fiel, salva-me.
Detesto os que adoram ídolos falsos;
eu, por mim, confio no SENHOR.
Hei de alegrar-me e regozijar-me com a tua misericórdia,
pois viste a minha miséria e conheceste a angústia da minha alma.
Brilhe sobre o teu servo a luz da tua face;
salva-me pela tua misericórdia.
Ao abrigo da tua face, Tu os guardas das intrigas dos homens;
na tua tenda os defendes contra as línguas maldizentes.

Evangelho segundo São João 6, 30-35
Eles replicaram: «Que sinal realizas Tu, então, para nós vermos e crermos em ti? Que obra realizas Tu? Os nossos pais comeram o maná no deserto, conforme está escrito: Ele deu-lhes a comer o pão vindo do Céu.» 
E Jesus respondeu-lhes: «Em verdade, em verdade vos digo: Não foi Moisés que vos deu o pão do Céu, mas é o meu Pai quem vos dá o verdadeiro pão do Céu, pois o pão de Deus é aquele que desce do Céu e dá a vida ao mundo.» 
Disseram-lhe então: «Senhor, dá-nos sempre desse pão!» Respondeu-lhes Jesus: «Eu sou o pão da vida. Quem vem a mim não mais terá fome e quem crê em mim jamais terá sede.» 

 Comentário ao Evangelho do dia feito por

São Justino (c. 100-160), filósofo, mártir 
Primeira Apologia, 67.66; Pg 6, 427-431
«O verdadeiro pão vindo do céu»
no Século II, uma das 
primeiras descrições da Eucaristia 
fora do Novo Testamento
No dia que se chama o dia do sol [o domingo], todos os habitantes das cidades ou dos campos se reúnem num só local. Lemos as memórias dos apóstolos e os escritos dos profetas quando o tempo o permite. Quando a leitura termina, quem preside toma a palavra para chamar a atenção sobre esses belos ensinamentos e exortar a segui-los. Seguidamente, levantamo-nos todos juntos e recomendamos as intenções de oração. Depois trazem pão, vinho e água. O presidente faz subir de todo o seu coração ao céu orações e ações de graças, e o povo responde com a aclamação «Amém!», uma palavra hebraica que significa: «Assim seja».
Nós chamamos este alimento eucaristia, e ninguém pode tomar parte dele se não crê na verdade da nossa doutrina e se não recebeu o banho do batismo para a remissão dos pecados e a regeneração. Porque nós não tomamos este alimento como um pão vulgar ou uma bebida comum. Tal como, pela Palavra de Deus, Jesus Cristo, nosso Salvador, encarnou em carne e osso para a nossa salvação, assim o alimento consagrado nas próprias palavras da Sua oração é destinado a alimentar a nossa carne e o nosso sangue para nos transformar; este alimento é o corpo e o sangue de Jesus encarnado: esta é a nossa doutrina. Os apóstolos, nas memórias que nos deixaram e a que chamamos Evangelhos, transmitiram-nos assim a recomendação que Jesus lhes fez: Ele tomou o pão, deu graças e disse: «Fazei isto em memória de Mim; isto é o Meu corpo». Tomou igualmente um cálice, deu graças e disse: «Isto é o Meu sangue». E deu-lhos só a eles (Mt 26, 26ss.; I Cor 11, 23ss.). [...] É no dia do sol que nós nos reunimos todos, porque esse é o primeiro dia, em que Deus separou a matéria das trevas para fazer o mundo, e é o dia em que Jesus Cristo nosso Salvador ressuscitou dos mortos.

Fontes:

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