sábado, 2 de janeiro de 2010

03 de Janeiro de 2010 - Domingo da Epifania do Senhor



A liturgia deste Domingo leva-nos à manifestação de Jesus como "a luz" que atrai a si todos os povos da terra. Essa "luz" encarnou na nossa história, a fim de iluminar os caminhos dos homens com uma proposta de salvação/libertação.
A primeira leitura anuncia a chegada da luz salvadora de Javé, que alegrará Jerusalém e que atrairá à cidade de Deus povos de todo o mundo.
No Evangelho, vemos a concretização dessa promessa: ao encontro de Jesus vêm os "magos", atentos aos sinais da chegada do Messias, que o aceitam como "salvação de Deus" e o adoram. A salvação, rejeitada pelos habitantes de Jerusalém, torna-se agora uma oferta universal.
A segunda leitura apresenta o projeto salvador de Deus como uma realidade que vai atingir toda a humanidade, juntando judeus e pagãos numa mesma comunidade de irmãos - a comunidade de Jesus.

 



Isaías 60,1-6 
Levante e resplandeça, Jerusalém, que está para chegar a tua luz! A glória do SENHOR amanhece sobre ti! Olhe: as trevas cobrem a terra, e a escuridão, os povos, mas sobre ti amanhecerá o SENHOR. A sua glória vai aparecer sobre ti. As nações caminharão à tua luz, e os reis ao esplendor da tua aurora. 
Levanta os olhos e vê à tua volta: todos esses se reuniram para vir ao teu encontro. Os teus filhos chegam de longe, e as tuas filhas são transportadas nos braços. Quando vires isto, ficarás radiante de alegria; o teu coração palpitará e se dilatará, porque para ti afluirão as riquezas do mar, e a ti virão os tesouros das nações. 
Serás invadida por uma multidão de camelos, pelos dromedários de Madian e de Efá. De Sabá virão todos trazendo ouro e incenso, e proclamando os louvores do SENHOR.

Salmos 72,2.7-8.10-11.12-13 
Para que julgue o teu povo com justiça e os teus pobres com equidade.
Em seus dias florescerá a justiça e uma grande paz até ao fim dos tempos.
Dominará de um ao outro mar, do grande rio até aos confins da terra.
Os reis de Társis e das ilhas oferecerão tributos; os reis de Sabá e de Seba trarão suas ofertas.
Todos os reis se prostrarão diante dele; todas as nações o servirão.
Ele socorrerá o pobre que o invoca e o indigente que não tem quem o ajude.
Terá compaixão do humilde e do pobre e salvará a vida dos oprimidos.

Efésios 3,2-3.5-6 
Com certeza, ouvistes falar da graça de Deus que me foi dada para vosso benefício, a fim de realizar o seu plano. Que, por revelação, me foi dado conhecer o mistério, tal como antes o descrevi resumidamente. Que não foi dado a conhecer aos filhos dos homens, em gerações passadas, como agora foi revelado aos seus santos Apóstolos e Profetas, no Espírito: os gentios são admitidos à mesma herança, membros do mesmo Corpo e participantes da mesma promessa, em Cristo Jesus, por meio do Evangelho. 

Evangelho segundo São Mateus 2,1-12 
Tendo Jesus nascido em Belém da Judéia, no tempo do rei Herodes, chegaram a Jerusalém uns magos vindos do Oriente. E perguntaram: «Onde está o rei dos judeus que acaba de nascer? Vimos a sua estrela no Oriente e viemos adorá-lo.» 
Ao ouvir tal notícia, o rei Herodes perturbou-se e toda a Jerusalém com ele. E, reunindo todos os sumos sacerdotes e escribas do povo, perguntou-lhes onde devia nascer o Messias. 
Eles responderam: «Em Belém da Judéia, pois assim foi escrito pelo profeta: ‘E tu, Belém, terra de Judá, de modo nenhum és a menor entre as principais cidades da Judéia; porque de ti vai sair o Príncipe que há de apascentar o meu povo de Israel’.» 
Então Herodes mandou chamar secretamente os magos e pediu-lhes informações exatas sobre a data em que a estrela lhes tinha aparecido. E, enviando-os a Belém, disse-lhes: «Ide e informai-vos cuidadosamente acerca do menino; e, depois de o encontrardes, vinde me comunicar, para eu ir também prestar-lhe homenagem.» 
Depois de ter ouvido o rei, os magos puseram-se a caminho. E a estrela que tinham visto no Oriente ia adiante deles, até que, chegando ao lugar onde estava o menino, parou. Ao ver a estrela, sentiram imensa alegria; e, entrando na casa, viram o menino com Maria, sua mãe. Prostrando-se, adoraram-no; e, abrindo os cofres, ofereceram-lhe presentes: ouro, incenso e mirra. 
Avisados em sonhos para não voltarem junto de Herodes, regressaram ao seu país por outro caminho.
 

Comentário ao Evangelho do dia feito por 
Santo Afonso Maria de Ligório (1696-1787), bispo e Doutor da Igreja 
Meditações para a oitava da Epifania, n°1 (a partir da trad. Noël, Eds. Saint-Paul 1993, p. 302 rev.)


«Viram o menino com Maria sua mãe. Prostrando-se, adoraram-No»

Os magos encontram uma pobre jovem com uma pobre criança coberta de pobres faixas [...] mas, ao entrarem naquela gruta, sentem uma alegria que nunca tinham experimentado. [...] A divina Criança demonstra alegria: sinal da satisfação afetuosa com que os acolhe, como primeiras conquistas da Sua obra redentora. Os santos reis olham em seguida para Maria, que não fala; mantém-se em silêncio, mas o seu rosto reflecte a alegria e respira uma doçura celeste, prova de que lhes presta bom acolhimento e lhes agradece por serem os primeiros a vir reconhecer o seu Filho naquilo que Ele é: o seu Mestre soberano. [...]
Criança digna de amor, vejo-Te nessa gruta, deitado na palha, pobre e desprezado; mas a fé ensina-me que Tu és o meu Deus, descido do céu para minha salvação. Reconheço-Te como meu Senhor soberano e meu Salvador; proclamo-Te como tal, mas nada tenho para Te oferecer. Não tenho o ouro do amor, porque amei as coisas deste mundo; amei apenas os meus caprichos em vez de Te amar a Ti, que és infinitamente digno de amor. Não tenho o incenso da oração, pois infelizmente vivi sem pensar em Ti. Não tenho a mirra da mortificação, porque, por não me ter abstido de miseráveis prazeres, tantas vezes contristei a Tua infinita bondade. Que Te oferecerei então? Meu Jesus, ofereço-Te o meu coração, manchado e despojado: aceita-o e transforma-o, uma vez que vieste cá abaixo para lavar com o Teu sangue os nossos corações culpados e transformar-nos assim de pecadores em santos. Dá-me, pois, esse ouro, esse incenso, essa mirra que me faltam. Dá-me o ouro do Teu santo amor; dá-me o incenso, o espírito de oração; dá-me a mirra, o desejo e a força de me mortificar em tudo o que te desagrada. [...]
Virgem santa, tu acolheste os piedosos reis magos com uma viva afeição e eles ficaram cheios de felicidade; digna-te também acolher-me e consolar-me, a mim que venho, seguindo o seu exemplo, visitar e oferecer-me ao teu Filho.


Fontes:

Nenhum comentário:

Postar um comentário