domingo, 11 de julho de 2010

11 de Julho de 2010 – 15º Domingo do Tempo Comum (Semana III do Saltério) – Ano C

A Liturgia da Palavra deste domingo nos ensina que observar os mandamentos de Deus é viver com sabedoria. É inteligente e terá vida longa quem obedecer a Deus, pois as leis de Deus são fonte de vida e não de morte.
Na primeira leitura, Moisés, já no final de sua missão, recorda a todo o povo que a Palavra de Deus não é difícil, nem de ser conhecida, nem de ser praticada. Ela não está lá longe no céu, ou do outro lado do mar, mas está em nossa boca, está em nosso coração.
Jesus, no Evangelho, através da parábola do bom samaritano, nos mostra o que fazer para observar os mandamentos e no que consiste amar a Deus e amar o próximo: é preciso ter compaixão, ser solidário, praticar a caridade e não importa a quem, seja ele amigo ou inimigo, pois assim faz Deus. Ele cuida de todos, bons e maus.

Deuteronômio 30, 10-14
Moisés falou ao povo, dizendo: Ouve a voz do Senhor, teu Deus, e observa todos os seus mandamentos e preceitos, que estão escritos nesta lei. Converte-te para o Senhor teu Deus com todo o teu coração e com toda a tua alma.
Na verdade, este mandamento que hoje te dou não é difícil demais, nem está fora do teu alcance. Não está no céu, para que possas dizer: 'Quem subirá ao céu por nós para apanhá-lo? Quem no-lo ensinará para que o possamos cumprir?' Nem está do outro lado do mar, para que possas alegar: 'Quem atravessará o mar por nós para apanhá-lo? Quem no-lo ensinará para que o possamos cumprir?' Ao contrário, esta palavra está bem ao teu alcance, está em tua boca e em teu coração, para que a possas cumprir.” 

Salmos 68(69), 14.17.30-31.33-34.36-37
Minha oração, porém, sobe até vós, Senhor,
na hora de vossa misericórdia, ó Deus.
Na vossa imensa bondade, escutai-me,
segundo a fidelidade de vosso socorro.
Ouvi-me, Senhor, pois que vossa bondade é compassiva;
em nome de vossa misericórdia, voltai-vos para mim.
Eu, porém, miserável e sofredor,
seja protegido, ó Deus, pelo vosso auxílio.
Cantarei um cântico de louvor ao nome do Senhor,
e o glorificarei com um hino de gratidão.
Ó vós, humildes, olhai e alegrai-vos;
vós que buscais a Deus, reanime-se o vosso coração,
porque o Senhor ouve os necessitados,
e seu povo cativo não despreza.
Sim, Deus salvará Sião e reconstruirá as cidades de Judá;
para aí hão de voltar e a possuirão.
A linhagem de seus servos a receberá em herança,
e os que amam o seu nome aí fixarão sua morada.

Carta aos Colossenses 1, 15-20
É Ele a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criatura; porque foi nele que todas as coisas foram criadas, no céu e na terra, as visíveis e as invisíveis, os Tronos e as Dominações, os Poderes e as Autoridades, todas as coisas foram criadas por Ele e para Ele. Ele é anterior a todas as coisas e todas elas subsistem nele.
É Ele a cabeça do Corpo, que é a Igreja. É Ele o princípio, o primogênito de entre os mortos, para ser Ele o primeiro em tudo; porque foi nele que aprouve a Deus fazer habitar toda a plenitude e, por Ele e para Ele, reconciliar todas as coisas, pacificando pelo sangue da sua cruz, tanto as que estão na terra como as que estão no céu.

Evangelho segundo São Lucas 10, 25-37
Levantou-se, então, um doutor da Lei e perguntou-lhe, para o experimentar: «Mestre, que hei de fazer para possuir a vida eterna?» Disse-lhe Jesus: «Que está escrito na Lei? Como lês?» O outro respondeu: «Amarás ao Senhor, teu Deus, com todo o teu coração, com toda a tua alma, com todas as tuas forças e com todo o teu entendimento, e ao teu próximo como a ti mesmo.» Disse-lhe Jesus: «Respondeste bem; faz isso e viverás.»
Mas ele, querendo justificar a pergunta feita, disse a Jesus: «E quem é o meu próximo?» Tomando a palavra, Jesus respondeu: «Certo homem descia de Jerusalém para Jericó e caiu nas mãos dos salteadores que, depois de o despojarem e encherem de pancadas, o abandonaram, deixando o meio morto. Por coincidência, descia por aquele caminho um sacerdote que, ao vê-lo, passou ao largo. Do mesmo modo, também um levita passou por aquele lugar e, ao vê-lo, passou adiante.
Mas um samaritano, que ia de viagem, chegou ao pé dele e, vendo-o, encheu-se de compaixão. Aproximou-se, ligou-lhe as feridas, deitando nelas azeite e vinho, colocou-o sobre a sua própria montada, levou-o para uma estalagem e cuidou dele. No dia seguinte, tirando dois denários, deu-os ao estalajadeiro, dizendo: 'Trata bem dele e, o que gastares a mais, pagar-to-ei quando voltar.'
Qual destes três te parece ter sido o próximo daquele homem que caiu nas mãos dos salteadores?» Respondeu: «O que usou de misericórdia para com ele.» Jesus retorquiu: «Vai e faz tu também o mesmo.»

Comentário ao Evangelho do dia feito por
São Severo de Antioquia (465-538), bispo
Homilia 89 (a partir da trad. de Lubac, Catholicisme, Le Cerf 1947 rev.)
«Desceu do Céu» (Credo)
«Certo homem descia de Jerusalém para Jericó». Cristo [...] não disse: «Alguém descia», mas «certo homem descia», porque a passagem diz respeito a toda a humanidade. A mesma que, a seguir ao pecado de Adão, deixou a morada suprema, calma, sem sofrimento e maravilhosa do paraíso, chamada de pleno direito Jerusalém – nome que significa «paz de Deus» –, e desceu para Jericó, país rude e baixo, onde o calor é abrasador. Jericó é a vida febril deste mundo, a vida que nos separa de Deus. [...] Uma vez que a humanidade se desviou do bom caminho para esta vida [...], o bando de demônios selvagens vem atacá-la como um bando de salteadores, que a despojam das vestes da perfeição, não lhe deixando nenhum vestígio da força de alma, nem da pureza, nem da justiça, nem da prudência, nem de nada do que caracteriza a imagem divina (Gn 1, 26); mas, batendo-lhe com as pancadas repetidas dos vários pecados, abatem-na e deixam-na por fim meio morta. [...]
A Lei dada por Moisés passou [...], mas faltou-lhe força, não conduzindo a humanidade a uma cura completa, não levantando a humanidade que jazia por terra. [...] É que a Lei oferecia sacrifícios e oferendas «que de modo algum podiam dar a perfeição àqueles que assistiam aos sacrifícios» porque «é impossível que o sangue dos touros e dos carneiros tire os pecados» (Hb 10, 1.4). [...]
Por fim passou um Samaritano. Cristo dá-Se a Si mesmo, o nome de Samaritano. Porque [...] é Ele mesmo que vem, realizando o desígnio da Lei e fazendo ver, pelas Suas obras, «quem é o próximo» e em que consiste «amar os outros como a si mesmo».

Fontes:
http://www.diocesedeapucarana.com.br/pul_litur/pul_18.pdf
http://www.evangelhoquotidiano.org/main.php?language=PT&module=commentary&localdate=20100711

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