quinta-feira, 15 de julho de 2010

16 de Julho de 2010 – Sexta-feira da 15ª Semana do Tempo Comum

Isaías 38, 1-6.21-22.7-8
Por este tempo, o rei Ezequias adoeceu de uma enfermidade mortal. O profeta Isaías, filho de Amós, veio visitá- lo e disse-lhe: «Eis o que diz o SENHOR: Faz o testamento, porque vais morrer muito brevemente.» Ezequias voltou o rosto para a parede e fez ao SENHOR esta oração: «SENHOR, lembra-te que tenho andado fielmente diante de ti, com um coração sincero e íntegro, pois fiz sempre a tua vontade.» E começou a chorar, derramando lágrimas abundantes.
Então, a palavra do SENHOR foi dirigida a Isaías nestes termos: «Vai e diz a Ezequias: ‘Eis o que diz o SENHOR, o Deus de teu pai Davi: Ouvi a tua oração e vi as tuas lágrimas; vou acrescentar à tua vida mais quinze anos. Hei de livrar-te, a ti e a esta cidade, das mãos do rei da Assíria e protegê-la-ei.’»
Depois, Isaías deu esta ordem: «Tragam um emplastro de figos e apliquem-no na parte doente e ficará curado.» E Ezequias perguntou: «Qual é o sinal que me garanta que ainda poderei ir ao templo do SENHOR?» Isaías disse-lhe: «É este o sinal, da parte do SENHOR, para que saibas que Ele cumprirá a promessa: No relógio de sol de Acaz farei retroceder a sombra dez graus, tantos quantos tinha avançado.» E o sol retrocedeu os dez graus que já tinha avançado.

Isaías 38, 10-12.16
«Eu pensei: ‘A meio dos meus dias vou ter de descer
às portas do Abismo, privado do resto dos meus anos’.
Eu pensei: ‘Não mais verei o SENHOR na terra dos vivos.
Não mais verei os homens entre os habitantes do mundo.
A minha morada é levada para longe de mim,
como uma tenda de pastor;
enrolei a minha vida como um tecelão,
mas acabou-se-me por falta de fio.
Dia e noite, SENHOR, me estais consumindo.
Aqueles que o Senhor protege vivem,
 e entre eles viverei também eu.
Tu me curaste, ó Deus, e me conservaste a vida.»

Evangelho segundo São Mateus 12, 1-8
Em certa ocasião, Jesus passava, num dia de sábado, através das searas. Os seus discípulos, que tinham fome, começaram a arrancar espigas e a comê-las. Ao verem isso, os fariseus disseram-lhe: «Aí estão os teus discípulos a fazer o que não é permitido ao sábado!»
Mas Ele respondeu-lhes: «Não lestes o que fez Davi, quando sentiu fome, ele e os que estavam com ele? Como entrou na casa de Deus e comeu os pães da oferenda, que não lhe era permitido comer, nem aos que estavam com ele, mas unicamente aos sacerdotes? E nunca lestes na Lei que, ao sábado, no templo, os sacerdotes violam o sábado e ficam sem culpa? Ora, Eu digo vos que aqui está quem é maior que o templo. E, se compreendêsseis o que significa: Prefiro a misericórdia ao sacrifício, não teríeis condenado estes que não têm culpa. O Filho do Homem até do sábado é Senhor.»

Comentário ao Evangelho do dia feito por
Aelred de Rielvaux (1110-1167), monge cisterciense Le Miroir de la charité, III, 3,4 (a partir da trad.cf. Brésard, 2000 ans B, p. 80 e Bellefontaine 1992, p. 186)
Observar o descanso sabático
A princípio, temos de fazer o esforço de praticar as boas obras, para seguidamente repousarmos na paz da nossa consciência. [...] É a celebração jubilosa de um primeiro descanso sabático, em que repousamos das obras servis do mundo [...] e deixamos de transportar o fardo das paixões.
Mas podemos deixar o quarto íntimo em que celebramos este primeiro dia de descanso e dirigir-nos ao albergue do nosso coração, onde temos o hábito de nos alegrar com os que se alegram, de chorar com os que choram (cf. Rom 12, 15), e de nos perguntar: «quem é fraco, para que eu o seja também? Quem tropeça, para que eu me sinta queimar de dor?» (cf. II Cor 11, 29). Aí, sentiremos a nossa alma unida à de todos os irmãos pelo cimento da caridade; aí, deixaremos de ser perturbados pelos aguilhões da inveja, de ser queimados pelo fogo da cólera, de ser feridos pelas flechas da desconfiança; estaremos libertos das dentadas devoradoras da tristeza. Se atrairmos todos os homens para o ambiente pacificado do nosso espírito, no qual todos são acolhidos, acalentados por uma doce afeição e em que já não somos com eles senão «um só coração e uma só alma» (At 4, 32), nesse momento, ao saborear esta maravilhosa mansidão, o tumulto da cobiça imediatamente se silencia, a algazarra das paixões apazigua-se e, no interior, opera-se um desapego total de todas as coisas prejudiciais, um repouso alegre e sereno na doçura do amor fraterno. Na quietude deste segundo repouso sabático, a caridade fraterna já não deixa subsistir nenhum vício [...]. Impregnado pela mansidão tranqüila deste repouso, Davi explodiu num canto de júbilo: «Vede como é bom e agradável que os irmãos vivam unidos!» [Sl 133 (132), 1].

Fontes:

Um comentário:

  1. Santa sabedoria nesta explicação do evangelho...enviei para varios missionarios da comunidade a qual pertenço, inclusive aos padres.
    Deus os abençoe!
    "Sol"

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