sexta-feira, 2 de julho de 2010

04 de Julho de 2010 – 14º Domingo do Tempo Comum (Semana II do Saltério) – Ano C

Embora as leituras de hoje nos projetem em sentidos diversos, domina a temática do “envio”: na figura dos 72 discípulos do Evangelho, na figura do profeta anônimo que fala aos habitantes de Jerusalém do Deus que os ama, ou na figura do apóstolo Paulo que anuncia a glória da cruz, somos convidados a tomar consciência de que Deus nos envia a testemunhar o seu Reino.
É, sobretudo, no Evangelho que a temática do “envio” aparece mais desenvolvida. Os discípulos de Jesus são enviados ao mundo para continuar a obra libertadora que Jesus começou e para propor a Boa Nova do Reino aos homens de toda a terra, sem exceção; devem fazê-lo com urgência, com simplicidade e com amor. Na ação dos discípulos, torna-se realidade a vitória do Reino sobre tudo o que oprime e escraviza o homem.
Na primeira leitura, apresenta-se a palavra de um profeta anônimo, enviado a proclamar o amor de pai e de mãe que Deus tem pelo seu Povo. O profeta é sempre um enviado que, em nome de Deus, consola os homens, liberta-os do medo, e acena-lhes com a esperança do mundo novo que está para chegar.
Na segunda leitura, o apóstolo Paulo deixa claro qual o caminho que o apóstolo deve percorrer: não o podem mover interesses de orgulho e de glória, mas apenas o testemunho da cruz – isto é, o testemunho desse Jesus, que amou radicalmente e fez da sua vida um dom a todos. Mesmo no sofrimento, o apóstolo tem de testemunhar, com a própria vida, o amor radical; é daí que nasce a vida nova do Homem Novo.

Isaías 66, 10-14
Alegrai-vos com Jerusalém, rejubilai com ela, vós todos que a amais; regozijai-vos com ela, vós todos os que estáveis de luto por ela. Como criança amamentando-se ao peito materno, ficareis saciados com o seu seio reconfortante, e saboreareis as delícias do seu peito abundante.
Porque, assim diz o SENHOR: «Vou fazer com que a paz corra para Jerusalém como um rio, e a riqueza das nações, como uma torrente transbordante. Os seus filhinhos serão levados ao colo, e acariciados sobre os seus regaços. Como a mãe consola o seu filho, assim Eu vos consolarei; em Jerusalém sereis consolados.
Ao verdes isto, os vossos corações pulsarão de alegria, e os vossos ossos retomarão vigor, como a erva fresca. A mão do SENHOR há de manifestar-se aos seus servos, e a sua ira aos seus inimigos.»

Salmos 66 (65), 1-3-7.16.20
Aclamai a Deus, terra inteira,
cantai a glória do seu nome,
proclamai os seus louvores.
Dizei a Deus:
"São admiráveis as tuas obras!
O teu poder é tão grande,
que os teus inimigos se curvam diante de ti.
Toda a terra te adora e canta louvores;
 entoa hinos ao teu nome."
Vinde e admirai as obras de Deus,
as obras admiráveis que Ele fez diante dos homens.
Converteu o mar em terra firme,
 e puderam atravessar a pé enxuto.
Por isso nos alegramos nele!
Com o seu poder governa para sempre;
com os seus olhos vigia as nações,
para que os rebeldes não se ensoberbeçam.
Vinde e ouvi, todos os que temeis a Deus;
vou narrar-vos o que Ele fez por mim.
Bendito seja Deus,
que não rejeitou a minha oração,
nem me retirou a sua misericórdia.

Carta aos Gálatas 6, 14-18
Quanto a mim, porém, de nada me quero gloriar, a não ser na cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo, pela qual o mundo está crucificado para mim e eu para o mundo. Pois nem a circuncisão vale alguma coisa nem a incircuncisão, mas sim uma nova criação.
Paz e misericórdia para todos quantos seguirem esta regra, bem como para o Israel de Deus. De agora em diante ninguém mais me venha perturbar; pois eu levo no meu corpo as marcas de Jesus. A graça de Nosso Senhor Jesus Cristo esteja com o vosso Espírito, irmãos! Amém.

Evangelho segundo São Lucas 10, 1-12.17-20
Depois disto, o Senhor designou outros setenta e dois discípulos e enviou-os dois a dois, à sua frente, a todas as cidades e lugares aonde Ele havia de ir. Disse-lhes: «A messe é grande, mas os trabalhadores são poucos. Rogai, portanto, ao dono da messe que mande trabalhadores para a sua messe. Ide! Envio-vos como cordeiros para o meio de lobos. Não leveis bolsa, nem alforge, nem sandálias; e não vos detenhais a saudar ninguém pelo caminho. Em qualquer casa em que entrardes, dizei primeiro: 'A paz esteja nesta casa!' E, se lá houver um homem de paz, sobre ele repousará a vossa paz; se não, voltará para vós. Ficai nessa casa, comendo e bebendo do que lá houver, pois o trabalhador merece o seu salário.
Não andeis de casa em casa. Em qualquer cidade em que entrardes e vos receberem, comei do que vos for servido, curai os doentes que nela houver e dizei-lhes: 'O Reino de Deus já está próximo de vós.' Mas, em qualquer cidade em que entrardes e não vos receberem, saí à praça pública e dizei: Até o pó da vossa cidade, que se pegou aos nossos pés, sacudimos, para vo-lo deixar. No entanto, ficai sabendo que o Reino de Deus já chegou.'
Digo-vos: Naquele dia haverá menos rigor para Sodoma do que para aquela cidade. Os setenta e dois discípulos voltaram cheios de alegria, dizendo: ‘Senhor, até os demônios se sujeitaram a nós, em teu nome!’ Disse-lhes Ele: ‘Eu via Satanás cair do céu como um relâmpago. Olhai que vos dou poder para pisar aos pés serpentes e escorpiões e domínio sobre todo o poderio do inimigo; nada vos poderá causar dano. Contudo, não vos alegreis porque os espíritos vos obedecem; alegrai-vos, antes, por estarem os vossos nomes escritos no Céu.’»

 Comentário ao Evangelho do dia feito por
Papa Bento XVI Mensagem para o Dia Mundial das Missões 2006
(trad. © copyright Libreria Editrice Vaticana rev.)
A caridade, alma da missão
Se não for orientada pela caridade, isto é, se não brotar de um profundo ato de amor divino, a missão corre o risco de se reduzir a uma mera atividade filantrópica e social. Com efeito, o amor que Deus nutre por cada pessoa constitui o coração da experiência e do anúncio do Evangelho e, por sua vez, quantos o acolhem tornam-se suas testemunhas.
O amor de Deus, que dá vida ao mundo, é o amor que nos foi concedido em Jesus, Palavra de salvação, ícone perfeito da misericórdia do Pai celeste. Assim, a mensagem salvífica poderia ser oportunamente resumida com as palavras do Evangelista João: «E o amor de Deus manifestou-se desta forma no meio de nós: Deus enviou ao mundo o Seu Filho unigênito para que, por Ele, tivéssemos a vida» (I Jo 4, 9). O mandamento de difundir o anúncio deste amor foi confiado por Jesus aos Apóstolos depois da Sua ressurreição, e os Apóstolos, interiormente transformados no dia do Pentecostes pelo poder do Espírito Santo, começaram a dar testemunho do Senhor morto e ressuscitado. A partir de então, a Igreja continua esta mesma missão, que constitui para todos os fiéis um compromisso irrenunciável e permanente.

Fontes:
http://www.evangelhoquotidiano.org/main.php?language=PT&module=readings&localdate=20100704
http://www.evangelhoquotidiano.org/main.php?language=PT&module=commentary&localdate=20100704

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