terça-feira, 2 de novembro de 2010

2 de Novembro de 2010 – Terça-feira da 31ª Semana do Tempo Comum – Celebração aos Fiéis Defuntos

Jó 19, 1.23-27
respondeu, dizendo: “Quem me dera que as minhas palavras se escrevessem e se consignassem num livro, ou gravadas em chumbo com estilete de ferro, ou se esculpissem na pedra para sempre! Eu sei que o meu redentor vive e prevalecerá, por fim, sobre o pó da terra; e depois de a minha pele se desprender da carne, na minha própria carne verei a Deus. Eu mesmo o verei, os meus olhos e não outros o hão de contemplar! As minhas entranhas consomem-se dentro de mim.”

Salmos 27, 1.4.7-9.13-14
O SENHOR é minha luz e salvação:
de quem terei medo?
O SENHOR é o baluarte da minha vida:
quem  me assustará?
Uma só coisa peço ao SENHOR
e ardentemente a desejo:
é habitar na casa do SENHOR
todos os dias da minha vida,
para saborear o seu encanto
e ficar em vigília no seu templo.
Ouve, SENHOR, a voz da minha súplica,
tem compaixão de mim e responde-me.
O meu coração murmura por ti,
os meus olhos te procuram;
é a tua face que eu procuro, SENHOR.
Não desvies de mim o teu rosto,
nem afastes, com ira, o teu servo.
Tu és o meu amparo: não me rejeites
nem abandones, ó Deus, meu salvador!
Creio, firmemente, vir a contemplar
a bondade do SENHOR na terra dos vivos.
Confia no SENHOR! Sê forte e corajoso,
e confia no SENHOR!

II Coríntios 4, 14-18; 5, 1
Sabendo que aquele que ressuscitou o Senhor Jesus, também nos há de ressuscitar com Jesus, e nos fará comparecer diante dele junto de vós. E tudo isto faço por vós, para que a graça, multiplicando-se na comunidade, faça aumentar a ação de graças, para a glória de Deus. Por isso, não desfalecemos, e mesmo se, em nós, o homem exterior vai caminhando para a ruína, o homem interior renova-se, dia após dia.
Com efeito, a nossa momentânea e leve tribulação proporciona-nos um peso eterno de glória, além de toda e qualquer medida. Não olhamos para as coisas visíveis, mas para as invisíveis, porque as visíveis são passageiras, ao passo que as invisíveis são eternas. Sabemos, com efeito, que, quando a nossa morada terrestre, a nossa tenda, for destruída, temos uma habitação no Céu, obra de Deus, uma casa eterna, não construída por mãos humanas.

Evangelho segundo São Mateus 11, 25-30
Naquela ocasião, Jesus tomou a palavra e disse: «Bendigo-te, ó Pai, Senhor do Céu e da Terra, porque escondeste estas coisas aos sábios e aos entendidos e as revelaste aos pequeninos. Sim, ó Pai, porque isso foi do teu agrado. Tudo me foi entregue por meu Pai; e ninguém conhece o Filho senão o Pai, como ninguém conhece o Pai senão o Filho e aquele a quem o Filho o quiser revelar.
Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, que Eu hei de aliviar-vos. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração e encontrareis descanso para o vosso espírito. Pois o meu jugo é suave e o meu fardo é leve.»

Comentário ao Evangelho do dia feito por 
Santo Agostinho (354-430), Bispo  de Hipona (África do Norte) e Doutor da Igreja
Confissões, I, 1-5 (a partir da trad. cf breviário)
«Vinde a Mim, todos os que estais cansados e oprimidos, que Eu hei de aliviar-vos»
«O Senhor é grande e digno de todo o louvor» (Sl 144, 3). «Grande e poderoso é o nosso Deus; a Sua sabedoria não tem limites» (Sl 146, 5) e, no entanto, o homem, uma pequena parcela da criação, quer louvar-Vos, esse homem que carrega a própria mortalidade, que arrasta consigo o testemunho do seu pecado e que reconhece que «Deus Se opõe aos soberbos, mas dá a Sua graça aos humildes» (Tg 4, 6). No entanto, parcela que é da Vossa criação, quer louvar-Vos. Vós o levais a procurar alegria no elogio que Vos faz, porque nos criastes para Vós, e o nosso coração vive sem repouso enquanto não repousar em Vós [...].
«Louvarão o Senhor, os que O procuram» (Sl 21,27). Os que O procuram encontrá-Lo-ão, e os que O encontram, louvá-Lo-ão. Que eu Vos procure então, Senhor, invocando-Vos, e que eu Vos invoque, crendo em Vós! Porque nos fostes revelado pela pregação. Senhor, invoca-Vos essa fé que me destes, a fé que me inspirastes por intermédio da humanidade de Vosso Filho, pelo ministério do Vosso pregador. E como invocarei eu o Meu Deus, Meu Deus e Meu Senhor? Ao invocá-Lo, invoco-O dentro de mim. E que lugar haverá dentro de mim para onde o meu Deus possa vir, este Deus que «criou os céus e a terra» (Gn 1, 1)? Pois será possível haver em mim, Senhor meu Deus, alguma coisa que Vos possa conter? Será possível que os céus e a terra que criastes, e nos quais me criastes, Vos contenham? [...] Se existo, poderei então pedir-Vos para virdes até mim, já que eu que não existiria se em mim Vós não habitásseis?
Poderei eu desejar repousar em vós? Poderei eu pedir para virdes ao meu coração, e que o inebrieis com a Vossa presença, para eu esquecer os meus males e Vos abraçar, a Vós, meu único bem? Quem sois para mim? Tende piedade de mim, para que eu possa falar. Quem sou eu a Vossos olhos, para que me ordeneis que Vos ame ? [...] Na Vossa misericórdia, Senhor meu Deus, dizei-me Quem sois para mim. «Diz à minha alma: “Eu sou a tua salvação”» (Sl 34, 3). Dizei-o; que eu Vos ouça. Vede como os ouvidos do meu coração estão à escuta. Abri-os, Senhor, fazei que eles Vos ouçam: «Eu sou a tua salvação». Correrei após estas palavras e alcançar-Vos-ei, por fim.

Fontes:

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