domingo, 14 de novembro de 2010

14 de Novembro de 2010 – 33º Domingo do Tempo Comum (Semana I do Saltério) – Ano C

A Liturgia deste Domingo reflete sobre o sentido da história da salvação e diz-nos que a meta final para onde Deus nos conduz é o novo céu e a nova terra da felicidade plena, da vida definitiva. Este quadro (que deve ser o horizonte que os nossos olhos contemplam em cada dia da nossa caminhada neste mundo) faz nascer em nós a esperança; e da esperança brota a coragem para enfrentar a adversidade e para lutar pelo advento do Reino.
Na Primeira Leitura, um “mensageiro de Deus” anuncia a uma comunidade desanimada, cética e apática que Jahwéh não abandonou o seu Povo. O Deus libertador vai intervir no mundo, vai derrotar o que oprime e rouba a vida e vai fazer com que nasça esse “sol da justiça” que traz a salvação.
A Segunda Leitura reforça a idéia de que, enquanto esperamos a vida definitiva, não temos o direito de nos instalarmos na preguiça e no comodismo, alheando-nos das grandes questões do mundo e evitando dar o nosso contributo na construção do Reino.
O Evangelho oferece-nos uma reflexão sobre o percurso que a Igreja é chamada a percorrer, até a segunda vinda de Jesus. A missão dos discípulos em caminhada na história, é comprometer-se na transformação do mundo, de forma a que a velha realidade desapareça e nasça o Reino. Esse “caminho” será percorrido no meio de dificuldades e perseguições; mas os discípulos terão sempre a ajuda e a força de Deus.

Malaquias 3, 19-20
Pois, eis que vem um dia abrasador como uma fornalha. Todos os soberbos e todos os que cometem a iniqüidade serão como a palha; este dia que vai chegar queimá-los-á – diz o Senhor do universo – e nada ficará deles: nem raiz, nem ramos.
Mas, para vós que respeitais o meu nome, brilhará o sol de justiça, trazendo a cura nos seus raios; saireis e saltareis como bezerros para fora do estábulo.


Salmos 98 (97), 5-9
Cantai hinos ao SENHOR,
ao som da harpa,
ao som da harpa e da lira;
ao som de cornetins e trombetas,
aclamai o nosso rei e SENHOR.
Ressoe o mar 
e tudo o que ele contém,
o mundo inteiro e os que nele habitam.
Batam palmas os rios, e as montanhas,
em coro, gritem de alegria
diante do SENHOR, que vem julgar a terra.
Ele governará o mundo com justiça
e os povos com retidão.
          
II Tessalonicenses 3, 7-12
Com efeito, vós próprios sabeis como deveis imitar-nos, pois não vivemos desordenadamente entre vós, nem comemos o pão de graça à custa de alguém, mas com esforço e canseira, trabalhamos noite e dia, para não sermos um peso para nenhum de vós.
Não é que não tivéssemos esse direito, mas foi para nos apresentarmos a nós mesmos como modelo, para que nos imitásseis. Na verdade, quando ainda estávamos convosco, era isto que vos ordenávamos: se alguém não quer trabalhar, também não coma.
Ora, consta-nos que alguns vivem no meio de vós desordenadamente, não se ocupando de nada, mas vagueando despreocupados. A estes tais ordenamos e exortamos no Senhor Jesus Cristo a que ganhem o pão que comem, com um trabalho tranqüilo.

Evangelho segundo 
São Lucas 21, 5-19
Como alguns falassem do templo, dizendo que estava adornado de belas pedras e de ofertas votivas, respondeu: «Virá o dia em que, de tudo isto que estais a contemplar, não ficará pedra sobre pedra. Tudo será destruído.» Perguntaram-lhe, então: «Mestre, quando sucederá isso? E qual será o sinal de que estas coisas estão para acontecer?»
Ele respondeu: «Tende cuidado em não vos deixardes enganar, pois muitos virão em meu nome, dizendo: 'Sou eu'; e ainda: 'O tempo está próximo.' Não os sigais. Quando ouvirdes falar de guerras e revoltas, não vos alarmeis; é necessário que estas coisas sucedam primeiro, mas não será logo o fim.»
Disse-lhes depois: «Há de erguer-se povo contra povo e reino contra reino. Haverá grandes terremotos e, em vários lugares, fomes e epidemias; haverá fenômenos apavorantes e grandes sinais no céu. Mas, antes de tudo, vão deitar-vos as mãos e perseguir-vos, entregando-vos às sinagogas e metendo-vos nas prisões; hão de conduzir-vos perante reis e governadores, por causa do meu nome. Assim, tereis ocasião de dar testemunho.
Gravai, pois, no vosso coração, que não vos deveis preocupar com a vossa defesa, porque Eu próprio vos darei palavras de sabedoria, a que não poderão resistir ou contradizer os vossos adversários. Sereis entregues até pelos pais, irmãos, parentes e amigos. Hão de causar a morte a alguns de vós e sereis odiados por todos, por causa do meu nome. Mas não se perderá um só cabelo da vossa cabeça. Pela vossa constância é que sereis salvos.»
 
Comentário ao Evangelho do dia feito por
Santo Ambrósio (c. 340-397),
 Bispo de Milão e Doutor da Igreja
Comentário ao Evangelho segundo São Lucas X, 6-8 
(SC 52, pp. 158 ss., rev.)
A vinda de Cristo
«Não ficará pedra sobre pedra. Tudo será destruído». Estas palavras diziam respeito ao Templo edificado por Salomão [...], uma vez que tudo o que é construído pelas nossas mãos sucumbe ao desgaste ou à deterioração e está sujeito a ser derrubado pela violência ou destruído pelo fogo. [...] Mas dentro de nós também existe um templo que se desmorona se a fé faltar, em particular se em nome de Cristo procurarmos em vão apoderar-nos de certezas interiores, e talvez seja esta interpretação a mais útil para nós. Com efeito, de que servirá saber o dia do Juízo? De que me servirá, tendo consciência de todos os meus pecados, saber que o Senhor virá um dia, se Ele não vier à minha alma, não crescer no meu espírito, se Cristo não vier a mim, se Cristo não falar em mim? É a mim que Cristo deve vir, e é em mim que deve realizar-se a Sua vinda.
Ora, a segunda vinda de Cristo terá lugar no nadir do mundo, quando pudermos dizer que «o mundo está crucificado para mim, e eu para o mundo» (Gl 6, 14). [...] Para quem lhe morreu o mundo, Cristo é eterno; para esse, o Templo é espiritual, a Lei espiritual, a própria Páscoa espiritual. [...] Então, para esse, realiza-se a presença da sabedoria, a presença da virtude e da justiça, a presença da redenção, porque Cristo na verdade morreu uma só vez pelos pecados de todos a fim de resgatar todos os dias os pecados de todos.

Fontes:
http://www.evangelhoquotidiano.org/main.php?language=PT
http://www.evangelhoquotidiano.org/main.php?language=PT&module=readings&localdate=20101114
http://www.evangelhoquotidiano.org/main.php?language=PT&module=commentary&localdate=20101114

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