sábado, 6 de novembro de 2010

07 de Novembro de 2010 – 32º Domingo do Tempo Comum (Semana IV do Saltério) – Ano C

A liturgia deste Domingo propõe-nos uma reflexão sobre os horizontes últimos do homem e garante-nos a vida que não acaba.
Na Primeira Leitura, temos o testemunho de sete irmãos que deram a vida pela sua fé, durante a perseguição movida contra os judeus por Antíoco IV Epifanes. Aquilo que motivou os sete irmãos mártires, que lhes deu força para enfrentar a tortura e a morte foi, precisamente, a certeza de que Deus reserva a vida eterna àqueles que, neste mundo, percorrem, com fidelidade, os seus caminhos.
Na Segunda Leitura temos um convite a manter o diálogo e a comunhão com Deus, enquanto esperamos que chegue a segunda vinda de Cristo e a vida nova que Deus nos reserva. Só com a oração será possível mantermo-nos fiéis ao Evangelho e ter a coragem de anunciar a todos os homens a Boa Nova da salvação.
No Evangelho, Jesus garante que a ressurreição é a realidade que nos espera. No entanto, não vale a pena estar a julgar e a imaginar essa realidade à luz das categorias que marcam a nossa existência finita e limitada neste mundo; a nossa existência de ressuscitados será uma existência plena, total, nova. A forma como isso acontecerá é um mistério; mas a ressurreição é uma certeza absoluta no horizonte do crente.

II Macabeus 7, 1-2.9-14
Aconteceu também que um dia foram presos sete irmãos com a mãe, aos quais o rei, por meio de golpes de azorrague e de nervos de boi, quis obrigar a comer carnes de porco, proibidas pela lei. 
Um deles tomou a palavra e falou assim: «Que pretendes perguntar e saber de nós? Estamos prontos a antes morrer do que violar as leis dos nossos pais.» Prestes a dar o último suspiro, disse: «Ó malvado, tu arrebatas-nos a vida presente, mas o rei do universo há de ressuscitar-nos para a vida eterna, se morrermos fiéis às suas leis.» 
Depois deste, torturaram o terceiro, o qual, mal lhe pediram a língua, deitou-a logo de fora e estendeu as mãos corajosamente. E disse, cheio de confiança: «Do Céu recebi estes membros, mas agora menosprezo-os por amor das leis de Deus, mas espero recebê-los dele, de novo, um dia.» O próprio rei e os que o rodeavam ficaram admirados com o heroísmo deste jovem, que nenhum caso fazia dos sofrimentos. 
Morto também este, aplicaram os mesmos suplícios ao quarto, o qual, prestes a expirar, disse: «É uma felicidade perecer à mão dos homens, com a esperança de que Deus nos ressuscitará; mas a tua ressurreição não será para a vida.» 

Salmos 17, 1.5-6.8.15
Ouve, SENHOR,
a minha causa justa,
atende ao meu clamor.
Escuta a minha oração,
que não sai de lábios mentirosos.
Dirigi os meus passos
por duras veredas;
os meus pés não vacilaram
nos teus caminhos.
Eu te invoco, ó Deus;
Responde-me!
Inclina para mim o ouvido,
escuta as minhas palavras.
Guarda-me
como à pupila dos teus olhos;
esconde-me
à sombra das tuas asas,
Eu, porém, pela justiça,
contemplarei a tua face e,
ao despertar, serei saciado
com a tua presença.

II Tessalonicenses 2, 16-17; 3, 1-5
O próprio Senhor Nosso Jesus Cristo e Deus, nosso Pai, que nos amou e nos deu, pela sua graça, uma consolação eterna e uma boa esperança, consolem os vossos corações e os confirmem em toda a obra e palavra boa. 
Quanto ao resto, irmãos, orai por nós para que a palavra do Senhor avance e seja glorificada como o é entre vós, e para que sejamos libertados dos homens perversos e malvados, pois nem todos têm fé. Mas fiel é o Senhor que vos confirmará e vos protegerá do mal. 
A respeito de vós, temos confiança no Senhor em que já fazeis e continuareis a fazer o que vos ordenamos. O Senhor dirija os vossos corações para o amor de Deus e para a constância de Cristo. 

Evangelho segundo São Lucas 20, 27-38
Aproximaram-se alguns saduceus, que negam a ressurreição, e interrogaram-no: «Mestre, Moisés prescreveu nos que, se morrer um homem deixando a mulher, mas não tendo filhos, seu irmão casará com a viúva, para dar descendência ao irmão. 
Ora, havia sete irmãos: o primeiro casou-se e morreu sem filhos; o segundo, depois o terceiro, casaram com a viúva; e o mesmo sucedeu aos sete, que morreram sem deixar filhos. Finalmente, morreu também a mulher. Ora bem, na ressurreição, a qual deles pertencerá a mulher, uma vez que os sete a tiveram por esposa?» 
Jesus respondeu-lhes: «Nesta vida, os homens e as mulheres casam-se; mas aqueles que forem julgados dignos da vida futura e da ressurreição dos mortos não se casam, sejam homens ou mulheres, porque já não podem morrer: são semelhantes aos anjos e, sendo filhos da ressurreição, são filhos de Deus. E que os mortos ressuscitam, até Moisés o deu a entender no episódio da sarça, quando chama ao Senhor o Deus de Abraão, o Deus de Isaac e o Deus de Jacó. Ora, Deus não é Deus de mortos, mas de vivos; pois, para Ele, todos estão vivos.» 

Comentário ao Evangelho do dia feito por
Orígenes (c. 185-253), 
presbítero e teólogo
Comentário à Carta aos Romanos, 4, 7; PG 14, 985
«Sendo filhos da ressurreição, são filhos de Deus»
No último dia, a morte será vencida. Após o suplício da cruz, a ressurreição de Cristo contém misteriosamente a ressurreição de todo o Corpo de Cristo. Assim como o corpo palpável de Cristo foi crucificado, amortalhado e, de seguida, ressuscitado, assim também todo o Corpo dos santos de Cristo foi crucificado com ele e já não vive em si. Mas quando chegar a ressurreição do verdadeiro Corpo de Cristo, do Seu Corpo total, então os membros de Cristo, agora semelhantes a ossadas ressequidas, serão reunidos articulação por articulação (Ez 37, 1 ss.), cada um encontrando o seu lugar, para que «cheguemos todos ao homem adulto, à medida completa da plenitude de Cristo» (Ef 4, 13). Então, a multidão dos membros será um só corpo porque todos pertencem ao mesmo corpo (Rm 12, 4).

Fontes:
http://t2.gstatic.com/images?q=tbn:ejjGYB92F7W1mM:http://vouandandoporai.files.wordpress.com/2008/01/mao_crianca_adulto.jpg&t=1

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