domingo, 20 de junho de 2010

20 de Junho de 2010 – 12º Domingo do Tempo Comum – (Semana IV do Saltério) – Ano C

A liturgia deste Domingo coloca no centro da nossa reflexão a figura de Jesus: quem é Ele e qual o impacto que a sua proposta de vida tem em nós? A Palavra de Deus que nos é proposta impele-nos a descobrir em Jesus o “messias” de Deus, que realiza a libertação dos homens através do amor e do dom da vida; e convida cada “cristão” à identificação com Cristo – isto é, a “tomar a cruz”, a fazer da própria vida um dom generoso aos outros.
A Primeira Leitura apresenta-nos um misterioso profeta “trespassado”, cuja entrega trouxe conversão e purificação, para os seus concidadãos. Revela, pois, que o caminho da entrega não é um caminho de fracasso, mas um caminho que gera vida nova para nós e para os outros. João, o autor do Quarto Evangelho, identificará essa misteriosa figura profética com o próprio Cristo.
A Segunda Leitura reforça a mensagem geral da liturgia deste Domingo, insistindo que o cristão deve “revestir-se” de Jesus, renunciar ao egoísmo e ao orgulho e percorrer o caminho do amor e do dom da vida. Esse caminho faz dos crentes uma única família de irmãos, iguais em dignidade e herdeiros da vida em plenitude.
O Evangelho confronta-nos com a pergunta de Jesus: “E vós, quem dizeis que Eu sou?” Paralelamente, apresenta o caminho messiânico de Jesus, não como um caminho de glória e de triunfos humanos, mas como um caminho de amor e de cruz. “Conhecer Jesus” é aderir a Ele e segui-Lo nesse caminho de entrega, de doação, de amor total.


Zacarias 12, 10-11.13,1
Mas derramarei sobre a casa de Davi e sobre os habitantes de Jerusalém um espírito de benevolência e de súplica. Eles contemplarão aquele a quem traspassaram; chorarão por ele como se chora um filho único e lamentá-lo-ão como se lamenta um primogênito.
Naquele dia, haverá um grande pranto em Jerusalém, como o pranto de Hadad-Rimon na planície de Meguido. Naquele dia, haverá uma fonte aberta para a casa de David e para os habitantes de Jerusalém, para a purificação do pecado e da impureza.

Salmos 63, 2-6.8-9
Ó Deus, Tu és o meu Deus!
Anseio por ti! A minha alma tem sede de ti;
todo o meu ser anela por ti, como terra árida
Quero contemplar-te no santuário,
para ver o teu poder e a tua glória.
O teu amor vale mais do que a vida;
por isso, os meus lábios te hão de louvar.
Quero bendizer-te toda a minha vida
e em teu louvor levantar as minhas mãos.
A minha alma será saciada com deliciosos manjares,
com vozes de júbilo te louvarei.
Porque Tu és o meu auxílio,
e à sombra das tuas asas eu exulto.
A minha alma está unida a ti,
a tua mão direita me sustenta.

Carta aos Gálatas 3, 26-29
É que todos vós sois filhos de Deus em Cristo Jesus, mediante a fé; pois todos os que fostes batizados em Cristo, revestistes-vos de Cristo mediante a fé. Não há judeu nem grego; não há escravo nem livre; não há homem e mulher, porque todos sois um só em Cristo Jesus. E se sois de Cristo, sois então descendência de Abraão, herdeiros segundo a promessa.

Evangelho segundo São Lucas 9, 18-24
Um dia, quando orava em particular, estando com Ele apenas os discípulos, perguntou-lhes: «Quem dizem as multidões que Eu sou?» Responderam-lhe: «João Batista; outros, Elias; outros, um dos antigos profetas ressuscitado.» Disse-lhes Ele: «E vós, quem dizeis que Eu sou?» Pedro tomou a palavra e respondeu: «O Messias de Deus.» Ele proibiu-lhes formalmente de o dizerem fosse a quem fosse; e acrescentou: «O Filho do Homem tem de sofrer muito, ser rejeitado pelos anciãos, pelos sumos sacerdotes e pelos doutores da Lei, tem de ser morto e, ao terceiro dia, ressuscitar.»
Depois, dirigindo-se a todos, disse: «Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz, dia após dia, e siga-me. Pois, quem quiser salvar a sua vida há de perdê-la; mas, quem perder a sua vida por minha causa há de salvá-la.»  

Comentário ao Evangelho do dia feito por
Catecismo da Igreja Católica, §§ 306-308
«Tome a sua cruz, dia após dia, e siga-Me»
Deus é o Senhor soberano dos Seus planos. Mas, para a realização dos mesmos, serve-Se também do concurso das criaturas. Isto não é um sinal de fraqueza, mas da grandeza e bondade de Deus onipotente. É que Ele não só permite às Suas criaturas que existam, mas confere-lhes a dignidade de agirem por si mesmas [...] e de cooperarem, assim, na realização dos Seus desígnios.
Aos homens, Deus concede mesmo poderem participar livremente na sua Providência, confiando-lhes a responsabilidade de «submeter» a terra e dominá-la (Gn 1, 26-28). Assim lhes concede que sejam causas inteligentes e livres, para completar a obra da criação e aperfeiçoar a sua harmonia, para o seu bem e o dos seus semelhantes. Cooperadores muitas vezes inconscientes da vontade divina, os homens podem entrar deliberadamente no plano divino, pelos seus atos e as suas orações, como também pelos seus sofrimentos. Tornam-se, então, plenamente «colaboradores de Deus» (ICor 3, 9; ITes 3, 2) e do Seu Reino.
Esta é uma verdade inseparável da fé em Deus Criador: Deus age em toda a ação das Suas criaturas. É Ele a causa-primeira, que opera nas e pelas causas-segundas: «É Deus que produz em nós o querer e o operar, segundo o Seu beneplácito» (Fl 2, 13).

Fontes:

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