terça-feira, 15 de junho de 2010

17 de Junho de 2010 – Quinta-feira da 11ª Semana do Tempo Comum

Eclesiástico 48, 1-15
Levantou-se, depois, o profeta Elias, impetuoso como o fogo; as suas palavras eram ardentes como um facho. Fez vir sobre eles a fome e, no seu zelo, reduziu-os a poucos. Com a palavra do Senhor fechou o céu e assim fez cair fogo por três vezes. Quão glorioso te tornaste, Elias, pelos teus prodígios! Quem pode gloriar-se de ser como tu?
Tu que arrancaste um homem à morte, da morada dos mortos, pela palavra do Altíssimo;
tu precipitaste os reis na ruína, e fizeste cair do seu leito homens gloriosos;
tu ouviste, no Sinai, o juízo do Senhor, e, no monte Horeb, os decretos da sua vingança;
tu sagraste reis, para vingar crimes e estabeleceste profetas para te sucederem;
tu foste arrebatado num redemoinho de fogo, num carro puxado por cavalos de fogo;
tu foste escolhido, nos decretos dos tempos, para abrandar a ira antes de enfurecer, reconciliar os corações dos pais com os filhos e restabelecer as tribos de Jacó.
Felizes os que te viram e os que morreram no amor; pois, nós também viveremos certamente.
Quando Elias foi envolvido num redemoinho, Eliseu ficou repleto do seu espírito. Nunca, em seus dias, ele temeu príncipe algum e ninguém pôde subjugá-lo. Nada era muito difícil para ele, e, ainda depois de morto, o seu corpo profetizou. Durante a vida, fez prodígios e, depois da morte, operou maravilhas. E, apesar de tudo isso, o povo não se converteu, não se afastou dos seus pecados, até que foi expulso da sua terra e espalhado por todo o mundo.

Salmos 97 (96), 1-7
O SENHOR é rei: alegre se a terra
e rejubile a multidão das ilhas!
Ele está rodeado de nuvens e escuridão;
a justiça e o direito são a base do seu trono.
Um fogo vai à sua frente
e devora os inimigos que o cercam.
Os seus relâmpagos iluminam o mundo;
a terra vê os e estremece.
As montanhas se derretem como cera,
diante do Senhor de toda a terra.
Os céus proclamam a justiça de Deus
e todos os povos contemplam a sua grandeza.
Fiquem confundidos os que adoram ídolos,
os que se gloriam em deuses inúteis;
todos os deuses se prostram diante do Senhor.

Evangelho segundo São Mateus 6, 7-15
«Nas vossas orações, não sejais como os gentios, que usam de vãs repetições, porque pensam que, por muito falarem, serão atendidos. Não façais como eles, porque o vosso Pai celeste sabe do que necessitais antes de vós lho pedirdes. Rezai, pois, assim: 'Pai nosso, que estás no Céu, santificado seja o teu nome, venha o teu Reino; faça-se a tua vontade, como no Céu, assim também na terra. Dá-nos hoje o nosso pão de cada dia; perdoa as nossas ofensas, como nós perdoamos a quem nos tem ofendido; e não nos deixes cair em tentação, mas livra-nos do Mal.’ Porque, se perdoardes aos homens as suas ofensas, também o vosso Pai celeste vos perdoará a vós. Se, porém, não perdoardes aos homens as suas ofensas, também o vosso Pai vos não perdoará as vossas.»

Comentário ao Evangelho do dia feito por
Cardeal Joseph Ratzinger [Papa Bento XVI] Der Gott Jesu Christi (a partir da trad.
Le Dieu de Jésus Christ, Fayard 1977, p.29)
«Rezai, pois, assim: "Pai nosso".»
Sem Jesus, não sabemos verdadeiramente o que é um «Pai». Foi na oração de Jesus que isto se tornou claro, e esta oração pertence-Lhe intrinsecamente. Um Jesus que não estivesse perpetuamente mergulhado no Pai, que não estivesse em permanente comunicação íntima com Ele, seria um ser totalmente diferente do Jesus da Bíblia e do verdadeiro Jesus da história. A Sua vida parte do núcleo da oração; foi a partir dela que Ele compreendeu Deus, o mundo e os homens. [...]
Surge então outra questão: essa comunicação [...] será também essencial ao Pai que Ele invoca, de tal sorte que também Ele seria diferente se não fosse invocado com este nome? Ou será algo que O aflora, sem Nele penetrar? A resposta é a seguinte: pertence ao Pai dizer «Filho» como pertence a Jesus dizer «Pai». Sem esta invocação, também Ele não seria o que é. Jesus não tem apenas um contacto exterior a Ele; enquanto Filho, Jesus é parte integrante do ser divino de Deus. Antes mesmo de o mundo ter sido criado, Deus já é amor do Pai e do Filho. E, se pode ser nosso Pai e a medida de toda a paternidade, é porque é Pai desde toda a eternidade. Assim, pois, na oração de Jesus é a interioridade do próprio Deus que se torna visível; nós vemos como é Deus. A fé no Deus trinitário não é senão a explicação daquilo que se passa na oração de Jesus. Nesta oração, a Trindade surge com toda a Sua clareza. [...]
Ser cristão significa então participar na oração de Jesus, entrar no Seu modelo de vida, ou seja, no Seu modelo de oração. Ser cristão significa dizer «Pai» com Ele e, desse modo, tornar-se filho de Deus – Deus –, na unidade do Espírito que nos faz ser o que somos, e por isso nos agrega à unidade de Deus. Ser cristão significa olhar o mundo a partir deste núcleo e, através dele, ser livre, cheio de esperança, decidido e confiante.

Fontes:

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