terça-feira, 16 de março de 2010

17 de Março de 2010 - Quarta-feira da 4ª Semana da Quaresma

Isaías 49, 8-15
Eis o que diz o SENHOR: «Eu te respondi no tempo da graça, e socorri-te no dia da salvação. Defendi-te e designei-te como aliança do povo, para restaurares o país e repartires as heranças devastadas, para dizeres aos prisioneiros: ‘Saí da prisão!’ E aos que estão nas trevas: ‘Vinde à luz!’ Ao longo dos caminhos encontrarão que comer, e em todas as dunas arranjarão alimento. 
Não padecerão fome nem sede, e não os molestará o vento quente nem o sol, porque o que tem compaixão deles os guiará, e os conduzirá em direção às fontes. 
Transformarei os meus montes em caminhos planos, e as minhas estradas serão alteadas. Vede como eles chegam de longe! Uns vêm do Norte e do Poente, e outros, da terra dos sienitas. 
Cantai, ó céus! Exulta de alegria, ó terra! Prorrompei em exclamações, ó montes! Na verdade, o SENHOR consola o seu povo, e se compadece dos desamparados. Sião dizia: ‘O SENHOR abandonou-me, o meu dono esqueceu-se de mim.’ Acaso pode uma mulher esquecer-se do seu bebê, não ter carinho pelo fruto das suas entranhas? Ainda que ela se esquecesse dele, Eu nunca te esqueceria.» 

Salmos 145 (144), 8-9.13-14.17-18
O SENHOR é clemente e compassivo, é paciente e misericordioso. 
O SENHOR é bom para com todos; a sua ternura repassa todas as suas obras. 
Teu reino é um reino para toda a eternidade e o teu domínio estende-se por todas as gerações. 
O SENHOR ergue todos os que caem e reanima todos os abatidos. 
O SENHOR é justo em todos os seus caminhos e misericordioso em todas as suas obras. 
O SENHOR está perto de todos os que o invocam, dos que o invocam sinceramente. 

Evangelho segundo São João 5, 17-30
Naquela altura Jesus replicou-lhes: «O meu Pai continua a realizar obras até agora, e Eu também continuo!» Perante isto, mais vontade tinham os judeus de matá-lo, pois não só anulava o Sábado, mas até chamava a Deus seu próprio Pai, fazendo-se assim igual a Deus. 
Jesus tomou, pois, a palavra e começou a dizer-lhes: «Em verdade, em verdade vos digo: o Filho, por si mesmo, não pode fazer nada, senão o que vir fazer ao Pai, pois aquilo que este faz também o faz igualmente o Filho. De fato, o Pai ama o Filho e mostra-lhe tudo o que Ele mesmo faz; e há de mostrar-lhe obras maiores do que estas, de modo que ficareis assombrados. Pois, assim como o Pai ressuscita os mortos e os faz viver, também o Filho faz viver aqueles que quer. O Pai, aliás, não julga ninguém, mas entregou ao Filho todo o julgamento, para que todos honrem o Filho como honram o Pai. Quem não honra o Filho não honra o Pai que o enviou. 
Em verdade, em verdade vos digo: quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou tem a vida eterna e não é sujeito a julgamento, mas passou da morte para a vida. 
Em verdade, em verdade vos digo: chega a hora e é já em que os mortos hão de ouvir a voz do Filho de Deus, e os que a ouvirem viverão, pois, assim como o Pai tem a vida em si mesmo, também deu ao Filho o poder de ter a vida em si mesmo; e deu-lhe o poder de fazer o julgamento, porque Ele é Filho do Homem. 
Não vos assombreis com isto: é chegada a hora em que todos os que estão nos túmulos hão de ouvir a sua voz, e sairão: os que tiverem praticado o bem, para uma ressurreição de vida; e os que tiverem praticado o mal, para uma ressurreição de condenação. Por mim mesmo, Eu não posso fazer nada: conforme ouço, assim é que julgo; e o meu julgamento é justo, porque não busco a minha vontade, mas a daquele que me enviou.» 

 Comentário ao Evangelho do dia feito por
Carta a Diogneto (c. 200) 
Cap. 9 (a partir da trad. de Orval; 
cf. SC 33 bis, p.68)
«Mais vontade tinham os judeus de matá-Lo [...] [pois Ele] até chamava a Deus seu próprio Pai»
Até aos dias de hoje, que são os últimos, Deus permitiu-nos que nos deixássemos levar ao sabor de desordenadas inclinações, arrastados pelos prazeres e pelas paixões. Não é que tenha tido o menor dos prazeres com os nossos pecados; tolerava apenas este tempo de iniqüidade, sem que nele consentisse. Preparava o tempo atual, o da justiça, para que, convencidos de termos sido indignos da vida durante esse período devido aos nossos erros, nos tornemos agora dignos dela pelo efeito da bondade divina [...].
Ele não nos odiou; não nos repeliu [...]. Tendo piedade de nós, tomou sobre Si a responsabilidade dos nossos erros, e enviou o Seu próprio Filho para nos resgatar: o santo para os ímpios, o inocente para os maus, «o justo para os injustos» (I Pe 3, 18), o incorrupto para os corruptos, o imortal para os mortais. Que outra coisa a não ser a Sua justiça poderia cobrir, anular, os nossos pecados? Em Quem poderíamos nós ser justificados, senão no Filho unigênito de Deus? Dulcíssima troca, insondável obra, inesperados dons! O crime de muitos é coberto pela justiça de apenas Um, e a justiça de Um único justifica a muitos culpados. No passado, Ele convenceu a nossa natureza da sua incapacidade em obter a vida; agora mostrou-nos o Salvador capaz de salvar o que não podia ser salvo. Quis, destes dois modos, dar-nos a fé na Sua bondade e fazer-nos ver n'Ele Aquele que alimenta, Aquele que é o pai, o mestre, o conselheiro, o médico, a inteligência, a luz, a honra, a glória, a força e a vida.

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