sexta-feira, 5 de março de 2010

06 de Março de 2010 - Sábado da 2ª Semana da Quaresma

Miquéias 7, 14-15.18-20
Apascenta com o cajado o teu povo, o rebanho da tua herança, os que habitam isolados nas florestas no meio dos prados. Sejam eles apascentados em Basan e Guilead, como nos dias antigos. Mostra-nos os teus prodígios, como nos dias em que nos tiraste do Egito. 
Qual é o Deus que, como Tu, apaga a iniqüidade e perdoa o pecado do resto da sua herança? Não se obstina na sua cólera, porque prefere a bondade. Uma vez mais, terá compaixão de nós, apagará as nossas iniqüidades e lançará os nossos pecados ao fundo do mar. Mostrarás a tua fidelidade a Jacob, e a tua bondade a Abraão, como juraste a nossos pais, desde os tempos antigos. 

Salmos 103 (102), 1-2.3-4.9-10.11-12
Bendiz, ó minha alma, o SENHOR, e todo o meu ser louve o seu nome santo. 
Bendiz, ó minha alma, o SENHOR, e não esqueças nenhum dos seus benefícios. 
Ele quem perdoa as tuas culpas e cura todas as tuas enfermidades. 
Ele quem resgata a tua vida do túmulo e te enche de graça e de ternura. 
Não está sempre a repreender-nos, nem a sua ira dura para sempre. 
Não nos tratou segundo os nossos pecados, nem nos castigou segundo as nossas culpas. 
Como é grande a distância dos céus à terra, assim são grandes os seus favores para os que o temem. 
Como o Oriente está afastado do Ocidente, assim Ele afasta de nós os nossos pecados. 

Evangelho segundo São Lucas 15, 1-3.11-32
Aproximavam-se dele todos os cobradores de impostos e pecadores para o ouvirem. Mas os fariseus e os doutores da Lei murmuravam entre si, dizendo: «Este acolhe os pecadores e come com eles.» 
Jesus propôs-lhes, então, esta parábola: «Um homem tinha dois filhos. O mais novo disse ao pai: 'Pai, dá-me a parte dos bens que me corresponde.' E o pai repartiu os bens entre os dois. Poucos dias depois, o filho mais novo, juntando tudo, partiu para uma terra longínqua e por lá esbanjou tudo quanto possuía, numa vida desregrada. 
Depois de gastar tudo, houve grande fome nesse país e ele começou a passar privações. Então, foi colocar-se ao serviço de um dos habitantes daquela terra, o qual o mandou para os seus campos guardar porcos. Bem desejava ele encher o estômago com as alfarrobas que os porcos comiam, mas ninguém lhas dava. 
E, caindo em si, disse: 'Quantos jornaleiros de meu pai têm pão em abundância, e eu aqui a morrer de fome! Levantar-me-ei, irei ter com meu pai e vou dizer-lhe: Pai, pequei contra o Céu e contra ti; já não sou digno de ser chamado teu filho; trata-me como um dos teus empregados.'
E, levantando-se, foi ter com o pai. Quando ainda estava longe, o pai viu-o e, enchendo-se de compaixão, correu a lançar-se-lhe ao pescoço e cobriu-o de beijos. O filho disse-lhe: 'Pai, pequei contra o Céu e contra ti; já não mereço ser chamado teu filho.' Mas o pai disse aos seus servos: 'Trazei depressa a melhor túnica e vesti-lha; dai-lhe um anel para o dedo e sandálias para os pés. Trazei o vitelo gordo e matai-o; vamos fazer um banquete e alegrar-nos, porque este meu filho estava morto e reviveu, estava perdido e foi encontrado.' E a festa principiou. 
Ora, o filho mais velho estava no campo. Quando regressou, ao aproximar-se de casa ouviu a música e as danças. Chamou um dos servos e perguntou-lhe o que era aquilo. Disse-lhe ele: 'O teu irmão voltou e o teu pai matou o vitelo gordo, porque chegou são e salvo.' Encolerizado, não queria entrar; mas o seu pai, saindo, suplicava-lhe que entrasse. Respondendo ao pai, disse-lhe: 'Há já tantos anos que te sirvo sem nunca transgredir uma ordem tua, e nunca me deste um cabrito para fazer uma festa com os meus amigos; e agora, ao chegar esse teu filho, que gastou os teus bens com meretrizes, mataste-lhe o vitelo gordo.' 
O pai respondeu-lhe: 'Filho, tu estás sempre comigo, e tudo o que é meu é teu. Mas tínhamos de fazer uma festa e alegrar-nos, porque este teu irmão estava morto e reviveu; estava perdido e foi encontrado.'» 

 Comentário ao Evangelho do dia feito por 
Tiago de Saroug (c. 449-521), 
monge e bispo sírio 
Poema (a partir da trad. P. Grelot, 1960 ; cf Orval)
«Levantar-me-ei, irei ter com meu pai»
Regressarei à casa de meu Pai como o filho pródigo, e serei acolhido. Tal como ele o fez, também eu o farei: Ele atender-me-á? Eis-me a bater, Pai misericordioso, à Tua porta; abre, para que eu entre, não me perca, não me afaste nem pereça! Fizeste-me Teu herdeiro, mas eu abandonei a herança e dissipei os meus bens; que doravante eu seja como um jornaleiro e um servo.
Assim como pelo publicano a tiveste, tem piedade de mim, e eu viverei pela Tua graça! Assim como à pecadora, a quem remiste, redime também os pecados que cometi, ó Filho de Deus. Assim como a Pedro, que salvaste, salva-me do meio das ondas. Assim como pelo ladrão a tiveste, tem piedade da minha baixeza e lembra-Te de mim! Assim como fizeste com a ovelha perdida, procura-me, Senhor, e encontrar-me-ás; e a Teus ombros, Senhor, leva-me à casa de Teu Pai.
Abre-me os olhos, como os abriste ao cego, para que eu veja a Tua luz! E tal como o fizeste ao surdo, abre-me os ouvidos, para que eu ouça a Tua voz. Cura esta minha enfermidade, como a curaste ao paralítico, para que eu louve o Teu nome. Purifica-me as chagas com o Teu hissope (cf. Sl 50,9), como ao leproso purificaste. Faz-me viver, Senhor, como fizeste à menina, a filha de Jairo. Cura-me, como à sogra de Pedro curaste, porque estou doente. Faz que me levante, como o fizeste ao rapaz, filho da viúva. Como a Lázaro, que chamaste, chama-me com a Tua própria voz e desprende-me destas faixas. Porque eu estou morto pelo pecado, como de uma doença; reergue-me desta ruína, e louvarei o Teu nome! Peço-te, Senhor da Terra e do Céu, vem em meu auxílio e indica-me o Teu caminho, para que eu vá até Ti. Leva-me até Ti, Filho do Bom Deus, e eleva ao máximo a Tua misericórdia. Irei até Ti e, junto a Ti, saciar-me-ei na alegria.

Fontes:
http://www.evangelhoquotidiano.org/main.php?language=PT&module=readings&localdate=20100306
http://www.evangelhoquotidiano.org/main.php?language=PT&module=commentary&localdate=20100306

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