quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

31 de Dezembro de 2009 - Quinta-feira das Oitavas do Natal


I João 2,18-21 
Filhinhos, estamos na última hora. Ouvistes dizer que há de vir um Anticristo; pois bem, já apareceram muitos anticristos; por isso reconhecemos que é a última hora. Eles saíram dentre nós, mas não eram dos nossos, porque, se tivessem sido dos nossos, teriam permanecido conosco; mas aconteceu assim para que ficasse claro que nenhum deles é dos nossos. 
Vós, porém, tendes uma unção recebida do Santo e todos estais instruídos. Não vos escrevi por não saberdes a verdade, mas porque a sabeis, e também que da verdade não vem nenhuma mentira. 

Salmos 96(95),1-2.11-12.13 
Cantai ao SENHOR um cântico novo, cantai ao SENHOR, terra inteira!
Cantai ao SENHOR, bendizei o seu nome, proclamai, dia após dia, a sua salvação.
Alegrem se os céus, exulte a terra! Ressoe o mar e tudo o que nele existe!
Alegrem se os campos e todos os seus frutos, exultem de alegria todas as árvores dos bosques
na presença do SENHOR, que se aproxima e vem para governar a terra! Ele governará o mundo com justiça e os povos, com a sua fidelidade.

Evangelho segundo São João 1,1-18 
No princípio existia o Verbo; o Verbo estava em Deus; e o Verbo era Deus. 
No princípio Ele estava em Deus. 
Por Ele é que tudo começou a existir; e sem Ele nada veio à existência. 
Nele é que estava a Vida de tudo o que veio a existir. E a Vida era a Luz dos homens.
A Luz brilhou nas trevas, mas as trevas não a receberam. 
Apareceu um homem, enviado por Deus, que se chamava João. 
Este vinha como testemunha, para dar testemunho da Luz e todos crerem por meio dele. 
Ele não era a Luz, mas vinha para dar testemunho da Luz. 
O Verbo era a Luz verdadeira, que, ao vir ao mundo, a todo o homem ilumina. 
Ele estava no mundo e por Ele o mundo veio à existência, mas o mundo não o reconheceu. 
Veio para o que era seu, e os seus não o receberam. 
Mas, a quantos o receberam, aos que nele crêem, deu-lhes o poder de se tornarem filhos de Deus. 
Estes não nasceram de laços de sangue, nem de um impulso da carne, nem da vontade de um homem, mas sim de Deus. 
E o Verbo fez-se homem e veio habitar conosco. E nós contemplamos a sua glória, a glória que possui como Filho Unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade. 


Comentário ao Evangelho do dia feito por 
Guilherme de Saint-Thierry (c. 1085-1148), monge beneditino, depois cisterciense 
A Contemplação de Deus, 10 (a partir da trad. AELF; cf. SC 61, pp. 91ss.)
«O Verbo era a Luz verdadeira, que, ao vir ao mundo, a todo o homem ilumina»
Sim, Tu amaste-nos primeiro, para que nós Te amássemos. Tu não necessitas do nosso amor, mas só poderemos atingir os Teus desígnios amando-Te. Por isso, «muitas vezes e de muitos modos falou Deus aos nossos pais, nos tempos antigos, por meio dos profetas. Nestes dias, que são os últimos, Deus falou-nos por meio do Seu Filho» (Hb 1, 1), o Seu Verbo. Foi por Ele que «a palavra do Senhor criou os céus, e o sopro da Sua boca, todos os astros» (Sl 32, 6). Para Ti, falar através do Teu Filho não é outra coisa que mostrares, fazeres ver com brilho quanto e como nos amas, dado que não poupaste o Teu próprio Filho, mas O entregaste por todos nós (Rm 8, 32). E também Ele nos amou e a Si mesmo se entregou por nós (Gal 2, 20).

Tal é a Palavra, o Verbo Todo Poderoso que nos diriges, Senhor. Enquanto todos mergulhavam no silêncio, ou seja, na profundidade do erro, Ele desceu das moradas reais (Sb 18, 14), para abater duramente o pecado e enaltecer suavemente o amor. E tudo quanto fez, tudo quanto disse na terra, até os opróbrios, até os escárnios e as bofetadas, até a cruz e o sepulcro, não eram mais que a Tua palavra pelo Teu Filho, palavra que nos incita ao amor, palavra que desperta em nós o amor por Ti.

Sabias com efeito, Deus, Criador das almas, que as almas dos filhos dos homens não podem ser forçadas a esta afeição, mas que é necessário provocá-las. Porque, onde houver constrangimento, não há liberdade; e onde não há liberdade, não há justiça. [...] Quiseste que Te amássemos, porque em justiça não podíamos ser salvos sem Te amar. E não podíamos amar-Te a menos que o amor partisse de Ti. Por conseguinte, Senhor, como apóstolo do Teu amor o digo, Tu amaste-nos primeiro (I Jo 4, 10), e primeiramente amas todos os que Te amam. Mas nós, nós amamos-Te pela afeição de amor que puseste em nós.





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